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Dívida externa angolana representou no ano passado mais de 74% do total da dívida do país

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A dívida externa angolana representou, no ano passado, 74,10% do total da dívida pública do país, somando 39,33 biliões de kwanzas, correspondente a um aumento de 63%, justificado pela depreciação da moeda nacional face ao dólar norte-americano.

Os dados fazem parte do relatório anual do Banco Nacional de Angola (BNA), que reporta um aumento no stock da dívida pública angolana de cerca 11,46%, no ano passado, atingindo um máximo de 80,61 mil milhões de dólares, correspondente a mais de 88% do Produto Interno Bruto (PIB).

A dívida pública externa inclui financiamentos de agências multilaterais, governos estrangeiros e agências bilaterais, bancos comerciais e outras instituições financeiras e fornecedores privados.

Por sua vez, a dívida interna registou um stock de 13,75 biliões de kwanzas, 37,5% acima do ano anterior, “devido à sobreposição da emissão, face às amortizações, bem como pela valorização cambial dos títulos indexados e expressos em moeda estrangeira”.

A dívida interna compreende à dívida titulada (Bilhetes e Obrigações do Tesouro), contratos de mútuo e os atrasados, assim como os passivos de exercícios orçamentais anteriores.

A dívida das empresas públicas registou um stock de 2,55 biliões de kwanzas face aos 2,30 biliões de kwanzas do ano anterior, dos quais 95,13% são da petrolífera estatal Sonangol.

“Este aumento reflecte, principalmente, a depreciação do kwanza de cerca de 39,23% face ao dólar norte-americano, indica o documento do BNA.

O Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2024 prevê entre outras medidas, a redução do rácio da dívida pública para 69,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o relatório do BNA, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou para 0,9% em 2023, impulsionada pela contracção da actividade petrolífera em 2,4% e pela desaceleração do sector não petrolífero, que cresceu 2% face aos 4% de 2022.

Entre os sectores que registaram crescimento destacam-se a extracção de diamantes, electricidade e água, serviços imobiliários, pescas, agropecuária e silvicultura e comércio, que registaram taxas de crescimento acima dos 2,5%.

O regresso do sector petrolífero e gás ao quadrante negativo é justificado no relatório do banco central pelo recuo quer da quantidade produzida de petróleo bruto (-3,30%), quer do gás natural liquefeito (-8,74%).

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