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Dispersão em bolsa da Unitel dará controlo accionista ao futuro comprador dos 48,1% do BPI no BFA

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O futuro comprador do Banco de Fomento Angola (BFA) poderá tornar-se no seu maior accionista. A intenção já manifestada pelo governo angolano de dispersar em bolsa parte do capital do banco detido pela Unitel poderá materializar-se ao longo do ano em curso.

O grupo angolano Carrinho e a Gemcorp são os únicos candidatos a compradores da posição do Banco Português de Investimento (BPI) no Banco de Fomento Angola (BFA). Uma posição que poderá transformar-se em maioritária com a venda em bolsa que a UNITEL fará da parte do capital do banco.

A Unitel controla uma posição de 51,9% e se o governo angolano concretizar a alienação, o comprador da quota do BPI no BFA, Gemcorp ou Carrinho, passará a ter o estatuto de principal accionista, por via da redução da participação da Unitel, podendo até reforçá-lo comprando parte do capital que for disponibilizado através do mercado de capitais.

Ambas empresas, que já entraram numa segunda fase de negociação, terão de apresentar as ofertas finais de compra até Julho próximo.

As referidas propostas serão entregues em Londres, onde se situa a sede da Exotix, a boutique financeira especializada em operações de fusão e aquisição em África, que o BPI mandatou para concretizar a operação.

Neste quadro, já contemplando as necessárias autorizações regulatórias, entre as quais as do Banco Nacional de Angola (BNA), é previsível que o negócio seja concluído entre os meses de Setembro e Outubro.

Ou seja, este será o período temporal em que a Gemcorp ou o Grupo Carrinho assumirão o controlo da participação de 48,1%. Qualquer um dos candidatos apresentou uma proposta superior a 411 milhões de euros, o valor mínimo para alienar o aludido activo definido pelo BPI, banco português detido pelos espanhóis do CaixaBank.

A Gemcorp conta com um aliado de peso na corrida à compra da posição minoritária no BFA. De acordo com fonte do jornal de Negócios, trata-se do jurista Carlos Feijó, que passou a ser advisor do grupo e seu parceiro em Angola.

O termo advisor é de origem inglesa e tem a tradução de assessor, conselheiro, orientador ou mentor e associa-se ao profissional que ajuda a positivar as empresas e startups em diversos assuntos, inclusive no mundo do M&A (isto é, fusões e aquisições).

Advogado, ex-governante, membro do Bureau Político do MPLA, professor catedrático de Direito e coordenador da revisão da Constituição de Angola feita em 2010, Carlos Feijó é visto como uma das pessoas mais influentes e também de maior prestígio em Angola.

A sua associação à Gemcorp reforça a candidatura deste fundo que começou a fazer negócios em Angola em 2007 e está envolvido, por exemplo, na construção da nova refinaria de Cabinda e reabilitação e expansão das redes de transmissão da Angola Telecom.

O Grupo Carrinho, por sua vez, tem assumido particular mediatismo durante o consulado de João Lourenço.

A par da área industrial, o grupo já controla dois bancos, o Banco de Comércio e Indústria (BCI) e o Keve.

*Com Jornal de Negócios

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