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Corredor do Lobito vai servir de rota para o transporte de cobre da canadiana Ivanhoe Mines

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A empresa canadiana Ivanhoe Mines anunciou, esta semana, a assinatura de um memorando de entendimento com o consórcio Atlantic International, composto pela Trafigura (49,5%), Mota-Engil (49,5%) e Vecturis S.A (1%), para o transporte de minério de cobre até ao Porto do Lobito, utilizando o Corredor Ferroviário do Lobito.

De acordo com uma nota da Ivanhoe Mines, empresa que explora as minas de cobre de Kamoa-Kakula, na República Democrática do Congo (RDC), o referido memorando de entendimento vai permitir o transporte de dez mil toneladas de concentrado de cobre já no último trimestre de 2023.

Actualmente, a Ivanhoe Mines envia o minério por via rodoviária para portos da África do Sul (Durban), Namíbia (Walvis Bay), Moçambique (Beira) e Tanzânia (Dar-es-Salam).

Para a empresa exploradora, o transporte através da linha-férrea de 1.739km, que liga a RDC ao Porto de Lobito, constitui uma alternativa mais rápida, encurtando assim o tempo de viagem de forma significativa.

“A viagem de ida e volta de Kamoa-Kakula até Durban leva 50 dias, prazo que diminui para apenas 20 dias, no caso do Corredor do Lobito”, sublinha a empresa canadiana.

O consórcio, constituído pelas empresas Trafigura (especializada na indústria global de commodities), Mota-Engil (empresa internacional de construção) e a Vecturis (uma operadora ferroviária independente) foi o vencedor do concurso internacional do dia 4 de Novembro de 2022, para gerir o Corredor do Lobito durante 30 anos.

Neste sentido, o consórcio tem sob sua responsabilidade a transportação das cargas pesadas, bem como a manutenção das infra-estruturas do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).

O investimento a realizar inclui a aquisição de 1.555 vagões e 35 locomotivas apenas para o lado angolano do corredor.

No total, o consórcio planeia investir 455 milhões USD no país e até 100 milhões USD na República Democrática do Congo, havendo potencial para a realização de investimentos adicionais no futuro, à medida que for explorada a oportunidade de estender o Corredor na Zâmbia, para alargar substancialmente os seus benefícios a toda a região.

O Corredor Ferroviário do Lobito estende-se, em Angola, por quase 1.300km, passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, e continua depois por 400 km na República Democrática do Congo até Kolwezi e também no coração do Copperbelt, na Zâmbia, estando igualmente ligado à extensa rede ferroviária administrada pela Sociedade Ferroviária Nacional do Congo (SNCC).

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