Corno de África. 3,3 milhões de pessoas precisam de assistência urgente
“A grave situação de fome e seca no Corno de África colocou cerca de 3,3 milhões de pessoas refugiadas e deslocadas internamente em necessidade urgente de assistência humanitária”. Quem o diz é a Portugal com ACNUR, o parceiro nacional da Agência da ONU para os Refugiados, em comunicado enviado às redacções.
Em causa está um valor “recorde” nesta zona do continente. Isto porque, entre Janeiro de 2022 e Março deste ano, “cerca de 1,94 milhões de pessoas deslocaram-se internamente na Etiópia e Somália, dois dos países mais afectados”, explica a fonte citada.
Esta crise humanitária — elabora a mesma nota enviada às redacções — também tem assumido “contornos expressivos e preocupantes” ao nível dos refugiados, visto que mais de 280 mil pessoas atravessaram as fronteiras da Somália e Sudão do Sul e refugiaram-se em zonas do Quénia e da Etiópia, também elas “já muito fragilizadas pela seca longa e profunda”.
Importa lembrar que, nos tempos que correm, vivencia-se no Corno de África, que engloba países como Etiópia, Somália e Quénia, a “mais longa e severa seca em 40 anos, e que afecta já 2,6 milhões de refugiados e deslocados internos”. Só na Somália, 607.300 pessoas foram recentemente deslocadas “devido à insegurança persistente e à seca”, com a situação a deteriorar-se ao longo do último ano.
“Trata-se de uma situação dramática que deu origem a uma crise humanitária sem precedentes nesta zona do globo, e que deverá persistir durante o ano de 2023: com o agravamento das alterações climáticas, duplica a fome, duplicam as pessoas deslocadas e duplica a urgência de protecção e assistência do ACNUR”, defende a organização, no presente comunicado.
Por esses motivos, a Portugal com ACNUR lançou uma nova campanha, ‘A Fome está a Duplicar’, apelando ao donativo para fazer face a esta emergência e ajudar a alcançar o montante de 137 milhões de dólares internacionalmente.