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Comissão Nacional Eleitoral divulgou dados provisórios ignorando os votos nulos e brancos, revelam comissários

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Quatro dos 17 comissários nacionais afectos à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) revelaram, este sábado, 27, em conferência de imprensa realizada em Luanda, que os resultados provisórios das eleições gerais de 24 de Agosto, anunciados pelo porta-voz daquele órgão, Lucas Quilundo, foram divulgados sem que tivesse havido a apreciação dos votos nulos e brancos.

No dia 25 de Agosto, em sede da 28.ª sessão extraordinária da reunião do seu plenário, foi submetida ao órgão eleitoral uma acta referente aos resultados provisórios das eleições gerais, que chegou a ser assinada por todos os comissários nacionais, na expectativa de que fossem depois apresentados e apreciados logo a seguir os votos nulos e brancos. O que não veio a suceder, como agora revelam os comissários.

“Na expectativa e interesse de se vir a produzir a acta dos resultados eleitorais definitivos, esperava-se que o grupo técnico do Centro de Escrutínio apresentasse, previamente, em plenário o número de votos nulos e brancos para a sua apreciação e decisão. Não se tendo verificado, nós, os comissários nacionais subscritores deste comunicado, demarcamo-nos da acta com os resultados provisórios, diante dos factos e constatações de violações constantes e sistemáticas da lei”, disseram no comunicado de imprensa, lido pela comissária Maria Pascoal.

Em defesa da posição ora tomada, os quatro comissários subscritores do referido comunicado — Isaías Chitombi, Domingos Inácio Francisco ‘Viena’, Rafael Aguiar e Maria Pascoal — justificam-se com o facto de não poderem “fazer novas escolhas, se não, de servir à Nação, com independência, imparcialidade, dedicação e devoção totais, tal como consta da alínea d) do artigo 43 do mesmo diploma legal”.

“Tal como sempre demonstramos, aqui, diante da opinião pública nacional e internacional, demarcamo-nos de todos os actos que visam subverter o direito e a lei e que comprometam a seriedade do processo eleitoral e coloquem em risco a vontade soberana dos eleitores com os quais a CNE deveria  estar comprometida a prestar o melhor serviço nestas eleições de 24 de Agosto de 2022”, afirmam os comissários, alegando a defesa da lei e da Constituição da República de Angola.

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