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Casa Museu exibe documentos inéditos de Óscar Ribas no seu 112.° aniversário

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A Casa Museu Óscar Ribas realiza este ano as celebrações dos 102 anos de nascimento do seu patrono, promovendo uma intensa jornada cultural e de reflexão em homenagem àquele ícone da literatura angolana, entre os dias 17 de Agosto e 17 de Novembro.

“A Caixa Preta” será o evento cimeiro da jornada comemorativa do 102.º aniversário de Óscar Ribas. Um conjunto de arquivos inéditos do escritor vão ser publicamente exibidos através de uma mostra fotográfica, documental e audiovisual.

Durante os próximos três meses, a contar do dia do seu aniversário, próxima terça-feira, 17, vai estar aberta uma feira designada Ler Óscar Ribas, na qual estarão disponíveis exclusivamente obras da autoria do etnólogo angolano, para leituras ou consultas.

O director-geral da Casa Museu Óscar Ribas, Sidónio Domingos, disse em entrevista ao Novo Jornal que “estas jornadas despertarão a apetência da sociedade em saber muito mais sobre aquele que foi uma das mais importantes engrenagens na articulação do discurso oral da tradição para a narrativa moderna do pensamento cultural, na segunda metade do século XX”.

Está também reservada uma série de debates relacionados com a escrita do autor, a leitura das suas obras, bem como a sua influência na construção da literatura angolana. O clube de leitura da Mediateca de Luanda, por exemplo, vai promover, durante o mês de Agosto, debates todas as quartas-feiras, tendo já arrancado a edição do ‘Ler Óscar Ribas, que Diferença Faz?’.

No dia 18 do corrente, vai ser discutido o tema ‘A Leitura como Meio de Aperfeiçoamento Cultural’, encerrando-se o ciclo de debates no dia 25, quando for discutido o tema ‘Ler Óscar Ribas, Factor Primordial na Aceitação da Angolanidade’.

Óscar Bento Ribas nasceu a 17 de Agosto de 1909, em Luanda. Foi escritor, poeta, jornalista e ensaísta. É considerado o fundador da ficção literária angolana moderna, no seguimento de Assis Júnior. O autor deu os primeiros passos da sua actividade no campo das letras, publicando, em 1927, a obra “Nuvens que Passam” e, dois anos mais tarde, o “Resgate de uma Falta”.

Em seu repertório está registado um conjunto de clássicos entre os quais constam o “Uanga”, 1950; “Flores e Espinhos”, 1948”; “Ecos da Minha Terra”, 1952; “Ilundo – Espíritos e Ritos Angolanos”, 1958 e 1975; “Missosso” (3 volumes, 1961, 1962 e 1964); “Alimentação Regional Angolana”, 1965; “Izomba – Associativismo e Recreio”, 1965; “Sunguilando — Contos Tradicionais Angolanos”, 1967 e 1989; “Kilandukilu — Contos e Instantâneos”, 1973, e “Cultuando as Musas”, 1992, além do Dicionário de “Regionalismos Angolanos e outros”.

Irinea Lukombo

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