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BNA e CMC alertam os investidores sobre a presença ilegal da plataforma Liyeplimal

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O Banco Nacional de Angola (BNA) e a Comissão do Mercado de Capitais (CMC) alertaram, esta terça-feira, os investidores sobre o facto de a entidade que actua através da plataforma Liyeplimal não estar autorizada, nem registada para o exercício de qualquer actividade de intermediação financeira em Angola, como determina o Código dos Valores Mobiliários.

Segundo uma nota publicada no portal do banco central, a entidade em causa tem vários representantes a actuar nas redes sociais como angariadores de investidores. Estes agentes, de acordo com a nota do BNA, têm partilhado vídeos nos seus canais do Youtube e enviado mensagens telefónicas sobre as formas de investimento através da plataforma Liyeplimal.

“As pessoas individuais e/ou colectivas que efectuem operações de investimento através da Liyeplimal não dispõem dos mecanismos de protecção pelos quais estão abrangidos os investidores que realizam operações de investimento por intermédio de entidades registadas junto da CMC e do BNA”, alerta o comunicado.

O comunicado conjunto esclarece que a Liyeplimal se apresenta como uma plataforma camaronesa, especializada em negociação de criptomoedas. No entanto, de acordo com o seu representante, não está a ser negociada em bolsa, uma vez que esta negociação é feita por técnicos especializados da mesma empresa, cabendo aos investidores apenas a aquisição de pacotes de investimento, os quais pagam juros semanais que garantem retornos de 60/70% ao ano.

O banco central angolano e o CMC advertem ainda que a entidade em causa não se encontra legalmente habilitada para realizar publicidade ou prospecção de clientes, dirigidas à celebração de contratos de intermediação financeira.

Importa referir que a 4 de Junho deste ano, a Comissão de Supervisão do Mercado Financeiro da África Central (COSUMAF, na sigla francesa) publicou um comunicado dirigido aos residentes camaroneses através do qual avisava que algumas empresas, entre elas a Global Investment Trading (Liyeplimal), estava a oferecer promessas de investimentos com elevados retornos a curto prazo.

A COSUMAF alertou, na ocasião, que a oferta era uma campanha fraudulenta de captação de recursos públicos, uma vez que não obedecia à legislação vigente, nem estava registada para o exercício da referida actividade, sendo que a operacionalidade da referida empresa no mercado camaronês estava sujeita à prévia aprovação da COSUMAF.

Os pacotes de investimento através da plataforma Liyeplimal consistem na aquisição de montantes pré-definidos da criptomoeda Limo, sendo que para o efeito é assinado um contrato entre o investidor e a empresa Liyeplimal, a seguir são adquiridos os pacotes e, por fim, é carregada a carteira digital do investidor com Limos.

O BNA e o CMC reforçam o alerta sobretudo para o facto de a criptomoeda intitulada Limo não possuir capitalização bolsista, não sendo negociada em qualquer bolsa de valores conhecida.

Bernardo Pires

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