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Bloco de Esquerda avança com proposta de voto de condenação contra a repressão sobre as manifestações de 17 de Junho em Angola

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O Bloco de Esquerda (BE), partido português com assento parlamentar, deu entrada, no dia 30 de Junho do corrente ano, na Assembleia da República portuguesa, a um projecto de voto de condenação da repressão sobre as manifestações de 17 de Junho, ocorridas em várias províncias angolanas.

No requerimento que fez chegar à Assembleia da República, aquele partido de esquerda subscreve o conteúdo do comunicado das organizações da sociedade civil angolanas, promotoras dos protestos, que acabaram reprimidos pela Polícia Nacional, à excepção dos ocorridos na Huíla, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Malanje, Moxico e Namibe.

O BE argumenta que a Polícia Nacional reprimiu a manifestação de Luanda e de outras cidades angolanas, tendo inclusivamente detido activistas, entre os quais, dirigentes políticos que solidariamente participavam nesta manifestação cívica.

“O Comando Geral da Polícia Nacional reconheceu a detenção de 32 manifestantes em Luanda e de 55 em Benguela. Estes episódios de repressão não são um caso isolado”, considera o requerimento do BE, avançando, igualmente, os dados da denúncia da ONG Omunga sobre “o uso de balas verdadeiras contra a manifestação de taxistas e moto-taxistas contra a subida do preço da gasolina”, ocorrida no Huambo, de que resultaram oito mortos, incluindo um menor de 12 anos.

Subscrita pelos cinco deputados à Assembleia da República — Isabel Pires, Pedro Filipe Soares, Mariana Mortágua (coordenadora do partido), Catarina Martins e Joana Mortágua —, o BE quer que o Parlamento português condene, em sessão plenária, a repressão sobre as manifestações ocorridas em Angola na referida data.

A dia 17 de Junho, organizações da sociedade civil angolana e activistas cívicos realizaram vários protestos em várias cidades do país contra a subida dos preços dos combustíveis, contra o ataque à venda ambulante e contra a nova Lei das Organizações Não-Governamentais.

Em resposta, a Polícia Nacional reprimiu a maior parte das manifestações, tendo atribuído depois responsabilidades à UNITA. No Huambo, por exemplo, houve inclusive detenções às 4h00, realizadas sob mandado de busca e captura, executados pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).

Os detidos foram depois julgados sumariamente, acabando todos absolvidos.

 

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