Isto É Notícia

BFA não acredita que Angola vá declinar na produção petrolífera após saída da OPEP. Especialistas esperam crescimento na ordem dos 0,3 a 0,8% em 2024

Partilhar conteúdo

O Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA) considerou, nesta sexta-feira, 29, que a decisão de saída da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não deverá comprometer a posição de Angola enquanto produtor petrolífero, pelo que deve dar tranquilidade para que produza sem ultrapassar qualquer limite forçado.

“A decisão de saída da OPEP não deverá comprometer a posição de Angola enquanto produtor petrolífero e dará tranquilidade para produzir sem ultrapassar qualquer limite. A nossa previsão para 2024 é mais optimista do que os 1,06 mbd [milhões de barris dia] esperados pelo governo angolano — esperamos um crescimento de produção entre os 0,3% e os 0,8%, que deverá colocar a produção ligeiramente acima do que seria a quota da OPEP de 1,11 mbd em 2024”, escrevem os analistas.

Na sua mais recente nota informativa sobre a economia angolana, enviada a este portal de notícias, o BFA realça que o volume de produção definido para o próximo ano lhes parece pessimista, “considerando os investimentos que deverão ocorrer no próximo ano; com maior destaque para os Blocos 15 e 15/06, além de algum aumento no Bloco 17, devido ao projecto CLOV Fase 3, e no campo Begónia, do novo Bloco 17/06.

“Assim, a nossa expectativa para este ano é de 1,12 mbd, ligeiramente acima da quota anteriormente prevista”, reforçam.

Do lado mais positivo, acrescentam os especialistas, trata-se de um custo muito pequeno [saída de Angola da OPEP] comparativamente à vantagem que concede ao Estado angolano e às operadoras do sector, que agora deverão estar mais conscientes e tranquilas em relação à possibilidade de poderem ultrapassar a quota de produção durante vários meses sem romper o compromisso do país com o cartel.

Após a 35.ª reunião da OPEP, em que foram definidas as quotas de produção de cada membro para 2024, Angola possuía um limite de aproximadamente 1,28 mbd (milhões de barris por dia).

O referido limite ficou pendente de verificação por entidades independentes sobre a capacidade de produção de Angola. Assim, na subsequente reunião (36.ª), ocorrida no final de Novembro deste ano, a quota provisória foi revista em baixa, saindo dos 1,28 mbd para 1,11 mbd.

Sentindo-se desprezado e considerando o novo limite determinado, Angola declarou que possui uma capacidade de produção de até 1,18 mbd (+70 mil barris) e, em defesa dos seus interesses, decidiu retirar-se do cartel que detém cerca de 38% da produção global de petróleo — aproximadamente 28,23 mbd.

ISTO É NOTÍCIA

Artigos Relacionados