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Apesar do fim da pandemia, MINSA mantém obrigatoriedade do certificado da Covid-19 à entrada e à saída do país

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O Ministério da Saúde (MINSA) decidiu manter a obrigatoriedade de apresentação do certificado de vacina contra a Covid-19 a todos aqueles que entrarem e saírem do território angolano ou, na sua falta, o teste negativo da mesma, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado, na última sexta-feira, 5, o fim oficial da pandemia.

O MINSA — que diz em comunicado ter tomado “boa nota da declaração emitida pelo director-geral da OMS”, através da qual declara o fim da Covid-19 como uma emergência de saúde global — prometeu, igualmente, manter o dever de vacinar toda a população maior de 12 anos com pelo menos duas doses, assim como integrá-la no plano de vacinação de rotina.

O órgão ministerial assegurou, por outro lado, manter o “reforço da vigilância epidemiológica”, e, por outro, continuar a testar os casos suspeitos e respectivos contactos, notificando, de forma obrigatória, todos os casos positivos e óbitos.

Na passada sexta-feira, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou, durante uma conferência de imprensa, que a pandemia da Covid-19 chegou, oficialmente, ao fim. Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, na reunião que manteve, na quinta-feira, 4, com o Comité de Emergência, foi aconselhado a mudar a classificação de pandemia em vigor desde o dia 11 de Março de 2020.

“Ontem, o Comité de Emergência encontrou-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim do estado de emergência pública que era uma preocupação internacional e eu aceitei o conselho”, frisou, em declarações publicadas na página do Twitter da OMS.

Na sua declaração, Tedros Ghebreyesus alertou que “…a Covid-19 não acabou como ameaça à saúde global, uma vez que, até à data, verifica-se uma morte a cada três minutos e essas são apenas aquelas que foram notificadas. Centenas de pessoas lutam pelas suas vidas nas unidades de cuidados intensivos e outros milhões continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição pós Covid-19”.

Tedros Ghebreyesus avisou que “…este vírus veio para ficar”, salientando que “… a pior coisa que um país pode fazer agora é usar estas notícias como razão para baixar a guarda, desmantelar os sistemas que criou, ou enviar a mensagem a sua população que a Covid 19 deixou de ser uma preocupação”. “Esta notícia significa que é hora dos países fazerem a transição do modo de emergência para o controlo e prevenção da Covid-19, junto de outras doenças infecciosas”, acrescentou.

No seu comunicado, o MINSA congratulou-se com a declaração do director-geral da OMS, considerando-a “uma vitória dos profissionais de saúde, da comunidade científica e de todos os outros actores, com realce para toda a população que consentiu inúmeros sacrifícios devido às restrições, isolamento que provocou graves problemas de ansiedade e depressão, assim como consequências sócio-económicas sem precedentes na história da humanidade”.

“O Ministério da Saúde reitera que a vacinação foi um elemento crucial no controlo emergencial da pandemia a nível global até à data. Assim sendo, continuará a promover a vacinação contra a Covid-19 no país como estratégia primordial do controlo da doença para salvar vidas, baixar o número de casos graves e óbitos, que ainda vêm-se registando no país”, lê-se no comunicado em reacção à declaração do fim da pandemia.

Desde a notificação dos dois primeiros casos em Angola, a 21 de Março de 2020, até ao dia 5 de Maio do corrente ano, o país registou 105.669 casos e 1.936 óbitos, tendo experimentado quatro grandes vagas das variantes mundiais: Alfa, Beta, Gama, Delta e Ómicron.

Segundo o comunicado do MINSA, a cobertura actual da vacinação em Angola é de 47%, com pelo menos duas doses. Para que esta seja efectiva na imunidade de grupo, a OMS determina que se deve estar acima dos 85%.

Os últimos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde dão conta de um total de mais de 6,9 milhões de mortos a nível mundial, com 13 milhões de doses da vacina contra a doença administradas.

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