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Angola terá de pagar 160 milhões USD em sobretaxas ao FMI pelo perfil dos empréstimos, estima o Center for Economic and Policy Research

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A participar das ‘Reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial’, que decorre desde o dia 15 do corrente até 21 deste mês, nos Estados Unidos da América (EUA), a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, viu o renomado think tank norte-americano Center for Economic and Policy Research a estimar em cerca de 160 milhões de dólares norte-americanos as sobretaxas que Angola terá de pagar pelo perfil dos seus empréstimos.

Desde 1997, o FMI impôs, além dos pagamentos regulares, taxas adicionais, chamadas surcharges ou sobretaxas, sobre empréstimos a muitos dos seus mutuários mais endividados.

Questionada pela agência Lusa em relação ao referido pagamento, Vera Daves de Sousa assegurou que Angola “irá, naturalmente, continuar a honrar os seus compromissos, ainda que sejam dolorosos”.

“Angola preocupa-se em honrar os seus compromissos e procura ser certinha para poder continuar a contar com a confiança daqueles que são os seus credores”, tranquilizou.

Contudo, a titular da pasta das Finanças não deixou de advogar uma maior flexibilidade por parte das instituições internacionais, especialmente para países de médios e baixos rendimentos.

A governante assegurou que Angola vai continuar a advogar “nos fóruns (…) adequados para debater a reforma das instituições de Bretton Woods”, que se encontre um equilíbrio entre a necessidade dessas instituições serem financeiramente sustentáveis e poderem manter toda uma estrutura a funcionar, mas sem tornar “ainda mais difícil a situação de países que já estão sob stress”.

A responsável pela pasta das Finanças angolana frisou que há países que sofrem de stress relacionado com dívidas — “em alguns casos asfixiantes” —, mas também em face da grande lacuna em termos de infra-estruturas; stress de indicadores sociais que requerem atenção, stress de pobreza ou de gestão de alterações climáticas, incluindo inundações e seca.

“De modo que já é tanto a acontecer e tantos desafios por gerir, que termos o apoio e a flexibilidade de instituições como o FMI, diminuindo tanto quanto possível a cobrança de comissões e taxas para o caso de países que estejam debaixo de stress, sem dúvida que seria bem-vindo”, apelou.

Think tanks são laboratórios de ideias, gabinetes estratégicos, centros de pensamento ou centros de reflexão. Um  think tank é uma instituição de pesquisa composta por especialistas que realizaram investigações e defesas sobre tópicos absortos cuja função é a reflexão intelectual sobre assuntos de política social, estratégia política, economia, assuntos militares, de tecnologia e cultura.

A maioria dos think tanks são organizações não-governamentais, não obstante algumas serem agências semi-autónomas, possuindo laços com o governo, partidos políticos, empresas ou militares.

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