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Angola só dispõe de dois médicos de alergias para assistir a 32 milhões habitantes, revela sindicalista

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O país possui não mais do que dois médicos especialistas em alergologia, o ramo da medicina que tem como objectivo o diagnóstico e o tratamento das doenças alérgicas, para atender a 32 milhões de habitantes, revelou recentemente o presidente do Sindicato dos Médicos de Angola (SINMEA), Adriano Manuel.

Durante o ‘Congresso da Nação’, evento que serviu para discussão dos problemas temas que enfrenta o país nos diversos sectores, realizado de 27 a 28 de Maio, em Luanda, Adriano Manuel deu conta de que, além da gritante falta de médicos alergologistas, Angola tem menos do que 20 especialistas em neurocirurgia, o que significa que há províncias em que não há nenhum especialista nesta área, num país onde “uma das grandes causas de mortalidade é a hipertensão arterial, e o acidente vascular cerebral [AVC]”.

De acordo com o sindicalista, dos 15 médicos endocrinologistas — especialidade médica que se dedica ao estudo de doenças como a diabetes, colesterol, tiroide, obesidade, e etc — formados pelo Estado até ao ano passado, somente dois trabalham em hospitais públicos, ao passo que os 13 restantes foram contratados por clínicas privadas.

Adriano Manuel fez saber ainda que o país não tem mais do que 200 médicos especialistas em cardiologia e pediatria, um número que considera insuficiente para atender a uma demanda bastante elevada.

O presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola defende que é necessário estabelecer “prioridades”, por entender que “o problema não está na construção de hospitais”, mas sim “na organização do Sistema Nacional de Saúde”.

“Podemos construir mil hospitais, mas se nós não olharmos para o Sistema de Saúde Primário, não vamos melhorar a saúde em Angola. Da mesma forma que vamos construindo mais hospitais, mais mortes vão surgindo no nosso país”, afirmou Adriano Manuel.

O médico questionou ainda a necessidade de serem construídos mais hospitais numa altura em que o índice de mortalidade a nível nacional não tem diminuído.

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