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Angola entre os países da África Subsaariana com nível elevado de dívidas que preocupa o Banco Mundial

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O Banco Mundial (BM) revelou, em relatório, estar preocupado com o nível elevado de dívidas públicas ostentadas pelos países da África Subsaariana, incluindo Angola, por julgar ser uma situação que dificulta o investimento em sectores essenciais para relançar o desenvolvimento económico.

A aludida preocupação está exposta no relatório ‘Pulsar África’, com o tema ‘Combater a desigualdade para revitalizar o crescimento e reduzir a pobreza em África’, apresentado esta segunda-feira, 8, em Washington, Estados Unidos, pelo gabinete do economista-chefe para África do Banco Mundial, Andrew Dabalen.

De acordo com o especialista, apesar de o rácio da dívida sobre o PIB dever cair de 61% em 2023 para 57% este ano, o mais preocupante é que mesmo esta redução não chegue para aliviar as contas públicas das economias da região, com metade dos países africanos “a terem problemas de liquidez externa, a enfrentarem fardos insustentáveis de dívida ou estando activamente à procura de reestruturar as suas dívidas”.

Os pagamentos de dívida pública, continua, dispararam na região devido à exposição ao financiamento comercial a empréstimos de governos que não pertencem ao ‘Clube de Paris’, o credor tradicional dos países africanos, mas que perdeu importância face ao envolvimento da China na vida financeira em África.

“O financiamento externo está mais caro do que estava antes da pandemia, apesar de as taxas de juro terem caído gradualmente face ao pico atingido em Maio de 2023”, lê-se no relatório, que exemplifica com os novos Eurobonds (dívida comercial em moeda estrangeira), emitidos pelo Quénia em Fevereiro, que comportam uma taxa de juro anual de 9,75% face aos 6,87% exigidos anualmente pelos investidores num financiamento que termina este ano.

Angola é, a par dos lusófonos Cabo Verde e Moçambique, um dos oito países africanos com o rácio da dívida sobre o Produto Interno Bruto (PIB) mais elevado, chegando a 84,9% em 2023 e 77,1% neste ano, de acordo com os dados mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), expressos no relatório sobre a evolução das economias da África Subsaariana.

A África Subsaariana corresponde à parte do continente africano situada a sul do deserto do Saara e é constituída por 48 países, cujas fronteiras resultaram da descolonização.

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