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Angola entra no ‘escândalo português’ após descoberta de mais de 75 mil euros em espécie no gabinete do director de António Costa

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O nome de Angola surgiu, nesta quinta-feira, 9, sobre a mesa das investigações que decorrem em Portugal, que levaram à queda do governo de António Costa e a consequente dissolução do Parlamento. Em causa estão mais de 75 mil euros que teriam sido pagos em Angola por serviços prestados pelo chefe de gabinete do primeiro-ministro português, do Partido Socialista (PS).

Agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP), que realizaram na quarta-feira as buscas em São Bento — o palácio do governo português —, presididas pelo procurador Rosário Teixeira, encontraram, no gabinete de Vítor Escária, 75.800 euros em dinheiro vivo, chegou a avançar a SIC Notícias, tendo depois a CNN Portugal confirmado a informação.

O chefe de gabinete do primeiro-ministro demissionário português, Vítor Escária, é um dos cinco detidos no âmbito da operação que versa sobre crimes de corrupção e tráfico de influências em negócios relacionados com as explorações de lítio e de hidrogénio, e da instalação de um data center (centro de processamento de dados) em Sines, no distrito de Setúbal (zona do Alentejo litoral).

À chegada ao Campus da Justiça, em Lisboa, o advogado do chefe de gabinete do primeiro-ministro, Tiago Rodrigues Bastos, ‘desdramatizou’ o caso, dizendo aos jornalistas que a quantia “não tem rigorosamente nada que ver com o objecto dos autos”, já que o valor estaria relacionado com a actividade profissional do seu constituinte exercida “anterior às funções que exerceu”.

“Essas explicações serão dadas ao tribunal”, garantiu o advogado aos jornalistas, acrescentando que a tese do Ministério Público não está relacionada com a apreensão da avultada soma de dinheiro e que a informação consta dos autos para “causar discussão na praça pública”, acrescentando que foi “um facto metido a martelo”.

No entanto, na noite anterior, Tiago Rodrigues Bastos recusara comentar a apreensão dos 75 mil euros no escritório do seu cliente, em São Bento. Já depois da meia-noite, quando saía do Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, Rodrigues Bastos garantiu apenas que Vítor Escária não se escusaria a “prestar os esclarecimentos que se impuserem”.

Vítor Escária é descrito pela imprensa portuguesa como tendo sido o homem-chave de António Costa no governo, apesar de  formalmente não ter feito parte do executivo.

Discreto quanto poderoso, Vítor Escária é economista de profissão, especialista em fundos europeus, e era definido como a sombra do primeiro-ministro António Costa e uma espécie de ‘ministro-adjunto’ com poderes reforçados.

*Com a CNN Portugal

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