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Angola e EUA assinam acordo de mais de 1,3 mil milhão USD, o maior pacote até hoje concedido a um país no âmbito da ‘Parceria para Infra-estruturas e Investimento Globais’

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A República de Angola e os Estados Unidos da América (EUA) assinaram, nesta terça-feira, 7, em Dallas — à margem do Conselho Empresarial para África que decorre no estado de Texas —, um acordo para o financiamento de três grandes projectos, avaliados em mais de mil milhão de dólares norte-americanos, anunciou o Departamento de Estado na sua página oficial.

O financiamento — o maior até hoje concedido a um país no âmbito da ‘Parceria para Infra-estruturas e Investimento Globais’ (Partnership for Global Infrastructure and Investment), PGI, na sigla inglesa, vai incidir sobre três áreas, a saber: energias limpas, conectividade de rádio e infra-estruturas de transporte, compreendendo projectos avaliados em mais de 1,3 mil milhão de dólares norte-americanos.

“Hoje, à margem da Cimeira Empresarial EUA-África do Conselho Empresarial para África, os Estados Unidos e a República de Angola celebraram a assinatura de acordos finais para financiar três grandes projectos de infra-estruturas no Corredor do Lobito da Parceria para as Infra-estruturas e o Investimento Globais (PGI)”, lê-se no comunicado do Departamento de Estado norte-americano.

Concedido pouco menos de um ano depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter anunciado o acordo sobre o ‘emblemático’ Corredor do Lobito, estes projectos de infra-estruturas representam o maior pacote de financiamento da PGI apoiado pelos EUA a qualquer país desde o início da iniciativa, antevendo-se a criação de vários empregos para os angolanos e norte-americanos.

Segundo o Departamento de Estado, o acordo para a materialização dos três projectos são uma demonstração do “compromisso contínuo do governo dos EUA em apoiar e acelerar as prioridades de investimento económico de Angola”.

Em Outubro de 2023, os EUA assinaram um memorando de entendimento com os governos de Angola, República Democrática do Congo, Zâmbia e a Comissão Europeia, que juntou também o Banco Africano de Desenvolvimento e a Africa Finance Corporation (AFC), para desenvolver o Corredor do Lobito, incluindo investimentos-chave em infra-estruturas ferroviárias nos três países africanos.

“A cerimónia de assinatura de hoje em Dallas é um exemplo importante da abordagem holística de investimento da IGP, em que o financiamento público do G7 e a redução do risco de projectos em vários sectores simultaneamente podem desbloquear o crescimento económico e as oportunidades, apoiando simultaneamente práticas empresariais responsáveis”, assinala o Departamento de Estado no seu comunicado.

Centrais de energia solar

Para a construção das duas centrais de energia solar, que vão gerar mais de 500 megawatts, Angola vai contar com um financiamento directo de 872 milhões de dólares do Banco de Exportação-Importação dos Estados Unidos — a maior transação de energias renováveis na história do EXIM —, uma empreitada cuja construção vai contar como o apoio do promotor norte-americano Sun Africa.

O referido projecto é o resultado de uma abordagem bem-sucedida do governo norte-americano, incluindo assistência consultiva crucial em diferentes fases junto da Power Africa e da Prosper Africa, com o apoio do Centro de Advocacia do Departamento de Comércio.

Reunindo equipamento produzido na União Europeia, na República da Coreia e na Suécia, com tecnologia americana e fornecedores de equipamento dos EUA, e com o apoio da ING Capital LLC, os parques solares vão ajudar a melhorar o acesso à electricidade, água potável, sistemas de irrigação e outros recursos de energia limpa em Angola.

Aquisição e construção de 186 pontes

O projecto da Ponte do Acrow, no valor de 450 milhões de dólares, é também parte do acordo, para investimentos em infra-estruturas de transporte modernas através da engenharia, aquisição e a construção de 186 pontes. O acordo prevê financiamento e apoio do EXIM, da Private Export Funding Corporation e do Standard Chartered Bank.

“O empréstimo comercial da AFC para uma parte do projecto é um exemplo de parceria do consórcio do Corredor do Lobito para além dos caminhos-de-ferro, para apoiar a conectividade dos transportes rurais que vão servir para ligar as comunidades entre si e ao maior corredor regional”, realça o Departamento de Estado norte-americano.

Cobertura de rádio FM analógica

O ‘Projecto de Expansão do Sinal de Rádio FM de Angola e Modernização de Estúdios’, apoiado pela tecnologia GatesAir, com sede em Ohio, tem um custo de 40 milhões de dólares e prevê expandir a cobertura de rádio FM analógica a 95% da população angolana.

O acordo ‘chave-na-mão’ vai fornecer 168 transmissores Flexiva FM, instalação de antenas, torres, sistemas auxiliares de RF e actualizações de estúdios em todo o país, numa colaboração bem-sucedida entre a GatesAir, o Deutsche Bank, na qualidade de financiador, com a garantia EXIM, e a República de Angola.

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