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ACJ responde aos ataques de JLo na reunião do Comité Central do MPLA: “Um discurso desconexo e de ódio”

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O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, respondeu aos ataques de João Lourenço proferidos na abertura da V Reunião Ordinária do Comité Central do MPLA, considerando que tal postura em nada ajuda a “estabelecer pontes de entendimento” no país.

O líder da UNITA, que nesta quinta-feira, 21, anunciou, em conferência de imprensa, a retirada do seu partido da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), classificou como “desconexo e de ódio” o discurso do presidente do MPLA.

“Um Presidente que ainda na semana em curso resolveu, como tem sido a sua praxe, voltar a atacar, sem o menor fundamento, a oposição democrática e patriótica usando um discurso desconexo e de ódio. As farpas por ele lançadas não concorrem para estabelecer pontes de entendimento, num momento bastante crítico como o que Angola atravessa actualmente”, referiu o líder da UNITA durante a sua alocação.

Na abertura da V Reunião Ordinária do Comité Central, João Lourenço acusou os partidos na oposição de estarem a ser alegadamente financiados para derrubar o governo do MPLA, insinuando que tais forças seriam aqueles que apelidou de ‘marimbondos’.

“A sociedade angolana deve debater a sua história e o seu passado, com verdade e com o espírito de reconciliação para que o perdão seja genuíno e duradouro. Tal só será possível com a criação de uma Comissão da Verdade”

“Certo é que os factos imputados à oposição pelo presidente do MPLA não têm qualquer ponta de veracidade. Avaliando as palavras do próprio Presidente do MPLA, aqui temos, uma vez mais, um exemplo de como os Serviços de Informação e Segurança em Angola desvirtuam a sua natureza e acção”, acusou Adalberto Costa Júnior, alegando que o SINSE continua “a extravasar os limites legais de um Estado democrático e de direito” e que este não se tem revelado “uma entidade plural e apartidária, funcionando, pelo contrário, como uma correia de transmissão do partido no poder e do seu presidente”.

O que, para o líder da oposição, dá razão à UNITA, já que, em várias ocasiões, esta denunciou que o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado actua “fora dos marcos da Constituição, das leis e da ética republicana, desviando-se do objecto e da amplitude da sua missão, que é a defesa do Estado e de todos nós”.

UNITA defende criação da Comissão da Verdade

Adalberto Costa Júnior imputou a João Lourenço a exclusiva responsabilidade pela “desvirtuação da CIVICOP”, uma vez que, na qualidade de titular do Poder Executivo, o líder do MPLA é também responsável por orientar o coordenador da CIVICOP — o ministro da Justiça e Direitos Humanos.

“É um mero auxiliar do titular do poder executivo. Ademais, o silêncio total, sobre esta matéria, a que se remeteu o Presidente da República, permite-nos afirmar, sem errar, que o mandante dos actos de propaganda que têm sido exibidos na Televisão pública de Angola, é o senhor Presidente da República”, atirou o político.

A UNITA defende, segundo Adalberto Costa Júnior, a criação de uma plataforma plural à semelhança da Comissão da Verdade e Reconciliação na África do Sul, que teve como coordenador o bispo Desmond Tutu.

“A sociedade angolana deve debater a sua história e o seu passado, com verdade e com o espírito de reconciliação para que o perdão seja genuíno e duradouro. Tal só será possível com a criação de uma Comissão da Verdade, do Perdão e da Reconciliação. A violência, seja qual for a forma que ela assuma, e a contínua estigmatização dos adversários políticos não constituem a via para a concórdia e para a construção entre os Angolanos”, assinalou.

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