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Zimbabwe. Opositores detidos em rusga apresentaram-se hoje em tribunal

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Um grupo de opositores zimbabweanos, incluindo um membro do Parlamento, detidos no sábado numa rusga policial à casa onde estavam reunidos, compareceu esta segunda-feira, 16, no tribunal, acusado de reunião ilegal, a meses das eleições gerais.

O ambiente estava tenso no tribunal dos magistrados na capital Harare, onde a imprensa foi impedida de cobrir o processo pela polícia de choque, segundo a agência France-Presse.

A polícia, armada com espingardas e bastões de assalto, empurrou os jornalistas, mandando-os retirar, pois, caso contrário, “ficariam feridos”.

Um dos advogados dos activistas, Kudzai Kadzere disse ter sido espancado por agentes da polícia quando foi à esquadra para onde os seus clientes tinham sido levados no sábado e queixa-se de ter ficado com um braço partido.

“Estamos profundamente desapontados pelo facto de a polícia, que tem a obrigação constitucional de proteger os direitos de todos os cidadãos, ser a primeira a os violar”, disse a Law Society of Zimbabwe, através de uma declaração.

Os activistas detidos pertencem ao principal partido da oposição, a Coligação dos Cidadãos para a Mudança (CCC).

No sábado, tinham-se encontrado “em privado” na casa de um elemento do parlamento, num município de Harare. No Zimbabwe, as reuniões públicas devem ser autorizadas pela polícia.

Grupos de direitos e partidos da oposição estão a denunciar uma intensificação da repressão governamental antes das eleições gerais deste ano.

“Esta é uma prisão intencional para perseguir os nossos membros”, disse a porta-voz do partido, Fadzayi Mahere, denunciando “uma escalada de violência política”.

“Queremos eleições, não queremos guerra. Isto não augura nada de bom para uma eleição livre e justa”, disse aos meios de comunicação fora do tribunal.

LUSA

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