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Vera Daves revela que processo de reestruturação do BPC “envolveu inúmeras pressões incluindo ameaças de morte ao seu PCA”

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A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, revelou, num encontro com os jornalistas, realizado na última semana, que os “resultados extraordinários” registados no processo de reestruturação do Banco de Poupança e Crédito (BPC) tiveram “custos elevados”, que incluíram “inúmeras pressões”, entre as quais, ameaças de morte ao seu presidente do Conselho de Administração.

“O BPC não é um milagre, é disciplina, é sacrifício, é assumir riscos, é ter a sua vida ameaçada, integridade física. Este senhor que está aqui [dirigindo-se ao PCA do BPC, Cláudio Pinheiro] recebeu ameaças de morte. Há um preço a pagar, e ele pagou. Podia ter corrido mal”, revelou a governante, durante o encontro denominado ‘Pequeno-almoço com a imprensa’.

Em análise estiveram, após largos anos no “vermelho”, os lucros na ordem dos 18,9 mil milhões de kwanzas alcançados pelo Banco de Poupança e Crédito, no segundo trimestre deste ano. Vera Daves, que falava para os jornalistas, durante o encontro promovido pelo Ministério das Finanças, admitiu ser “extraordinário” passar de resultados negativos para positivos, tendo defendido uma maior divulgação desse trabalho.

A ministra das Finanças reconheceu, igualmente, que a recuperação do crédito malparado, que passou do BPC para a entidade Recredit, podia ter sido bem melhor, porém, admitiu que “já foi feito bastante”, revelando que há inclusivamente processos em tribunal.

No mesmo encontro, o presidente do Conselho de Administração da Recredit, Valter Barros, anunciou que, em termos de recuperação de crédito, entre 2020/2021, a taxa ficou acima dos objectivos estipulados.

“Alcançámos uma recuperação de 28,9 mil milhões de kwanzas. O ano passado ficámos a 25% do nosso objectivo de recuperação, com 19,8 mil milhões de kwanzas”, explicou.

Válter Barros salientou que foram remetidos a tribunal processos avaliados em 129 mil milhões de kwanzas, incluindo acções executivas, providências cautelares e um processo de insolvência, pertencente à sociedade comercial de um empresário muito famoso, que não tinha condições de pagar o valor em dívida.

“É suposto os processos de insolvência terem uma rapidez do processamento em tribunal, mas aqui em Angola, infelizmente, estamos há dois anos e o processo não foi julgado”, frisou, lamentando.

O BPC conta, actualmente, com 270 agências/balcões nas 18 províncias do país.

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