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Ucrânia. “Já vencemos?”. Presidente da Câmara de Kiev em rota de colisão com Zelensky

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O presidente da Câmara da capital ucraniana, Vitali Klitschko, considerou esta quarta-feira, 21, que está em curso uma campanha para o desacreditar e retirar do cargo. Em causa está uma auditoria realizada por ordem do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que apurou que apenas 15% dos 4.655 abrigos anti-aéreos em Kiev seguem as regras e apenas 44% são de livre acesso.

As investigações surgem na sequência do caso recente de três pessoas que morreram ao não conseguirem entrar num abrigo anti-aéreo durante um ataque russo contra a capital ucraniana.

O chefe do departamento de segurança de Kiev está em prisão domiciliária na sequência da auditoria.

O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, recorreu ao Telegram para criticar as investigações em curso sobre a situação dos abrigos. Condenou as “buscas intermináveis” que estão a dificultar a gestão eficiente da cidade.

“Hoje há uma grande campanha para desacreditar as autoridades da capital e para me desacreditar pessoalmente a mim. Em tempo de guerra, trazem-nos o caos à administração da capital”, refere o responsável.

Klitschko não menciona directamente o Presidente ucraniano, mas critica a decisão e considera que ainda é cedo para encetar batalhas políticas enquanto o conflito com a Rússia ainda perdura.

“Já vencemos? Não temos outros desafios? O principal problema é Klitschko? Alguém está ansioso por assumir novamente o controlo da capital”, acusa o responsável local. Acrescenta que estas lutas políticas “estão a fazer o povo de Kiev de refém”.

Vitali Klitschko é presidente da Câmara de Kiev há nove anos. Antes do início da invasão russa, em Fevereiro de 2022, era considerado um dos maiores opositores de Volodymyr Zelensky.

Já no final do ano passado, o Presidente ucraniano tinha acusado o presidente da Câmara de Kiev de incompetência na assistência às populações para o acesso a fontes de energia.

Na altura, Vitali Klitschko reconhecia que partilhava parte da responsabilidade pelas falhas, mas que havia outros culpados a apontar, nomeadamente responsáveis indicados pelo próprio Zelensky.

RTP

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