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TPA, BPC e ENDE lideram lista de empresas públicas com registos de perdas significativas em 2021

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A Televisão Pública de Angola (TPA) faz parte de uma lista de empresas públicas que no exercício económico de 2021 registaram perdas significativas nos seus saldos líquidos.

A TPA fechou o ano de 2021 com capitais próprios negativos (falência técnica), a rondar os 14 mil milhões kz, quase o triplo de 2020, mesmo depois de ter recebido em capitalização e subsídio à exploração um valor de 33 mil milhões kz, o que mostra que, a curto prazo, o Estado, o accionista, vai ter de proceder a um aumento significativo de capital, que actualmente rondam os 15 mil milhões kz.

Se a isto for adicionado o facto de os custos operacionais terem aumentado e os proveitos diminuído, haverá a necessidade de inverter este quadro, o que não irá acontecer em 2022, uma vez que a empresa voltou a investir em equipamento e pessoas, abriu um canal de notícias e prepara-se para lançar outro canal temático.

Para se ter uma ideia do desequilíbrio da estrutura de custos da TPA, refira-se que só os custos com pessoal são mais altos em 1,2 mil milhões kz que todos os proveitos que a empresa conseguiu angariar em 2021.

De acordo com os dados compilados pelo Expansão, no topo dessa lista está o Banco de Poupança e Crédito (BPC) a liderar os prejuízos, com um resultado líquido de -88,2 mil milhões kz, mas ainda assim menos mau que em 2020, num caminho de recuperação que vai dando os primeiros sinais positivos.

Segue-se depois a TAAG, -80,15 mil milhões Kz, fruto da situação que viveu pelo impacto da pandemia, esperando-se que em 2022, os resultados possam vir a ser muito diferentes.

A terceira empresa com maior volume de prejuízos é a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade-EP (ENDE), -70,68 mil milhões kz, que aparece também na lista dos passivos com um valor de 815 mil milhões kz.

A Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) aparece também na referida lista, com um volume de resultados líquidos negativos, tendo este registado uma quantia à volta dos -12 mil milhões de kz, embora a situação da TPA seja muito mais preocupante.

O Grupo Zahara, ‘herdado’ pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), depois de todo o processo de confisco por que passaram algumas empresas constituídas com fundos públicos, aparece na quarta posição a nível de perdas.

Em contrapartida, a maior empresa do Sector Empresarial Público, Sonangol EP, registou como resultado operacional 880 mil milhões kz, projectando assim todo o sector não financeiro para terreno positivo, três anos depois.

Se se olhar para o lucro líquido, a petrolífera assinalou 337 mil milhões kz, muito acima da Endiama, que aparece na 2.º posição, com 44 mil milhões kz.

Segue-se depois a Angola Telecom, com 27 mil milhões, a Prodel (20 mil milhões), a Sodiam (19 mil milhões), o Porto de Luanda (14 mil milhões), a Recredit (12 mil milhões), a Secil (10 mil milhões), a Biocom (8 mil milhões, fechando o top 10 a ENSA com 6 mil milhões Kz de resultados líquidos.

*Com EXPANSÃO

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