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Tenente-coronel do SINSE confirma as acusações contra o general Miala e faz revelações bombásticas sobre o assalto à residência do major Pedro Lussati

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Declarações de um tenente-coronel do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), em sede do processo intentado pelo Ministério Público junto do Tribunal de Comarca de Luanda confirmam as denúncias do major das Forças Armadas Angolanas (FAA) Pedro Lussati à Assembleia Nacional sobre o alegado envolvimento do general Fernando Garcia Miala no roubo de avultadas somas monetárias na residência, no Talatona.

A notícia, avançada em primeira mão pelo Novo Jornal, nesta segunda-feira, 18, dá conta do envolvimento de seis elementos do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e um tenente-coronel do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), constituídos arguidos pelo Ministério Público, e, por conseguinte, acusados de terem assaltado e levado avultadas somas em dólares e kwanzas da residência do major Pedro Lussati, em 2021, tal como o oficial das FAA denunciou à Assembleia Nacional.

Na acusação do Ministério Público, com o número de processo 1571/2022-MP, com o registo n.º 193/022, a cujo conteúdo o Novo Jornal teve acesso, constam declarações do tenente-coronel do SINSE, que admitiu ter estado no apartamento de Pedro Lussati, a mando do general Fernando Miala, que depois lhe teria dado a quantia de 250 mil dólares.

 O oficial do SINSE, que reconheceu alguma apreensão diante da acção do seu chefe, ainda assim, confirmou a recepção do valor monetário, com o qual teria adquirido três residências, que acabaram apreendidas pelo SINSE, no âmbito de um outro processo de inquérito que foi contra si instaurado.

Um outro oficial, mas do SIC, também ele arguido, citado na acusação pelo Ministério Público, admitiu ter visto no apartamento de Pedro Lussati o general Fernando Garcia Miala, a levar consigo uma das mochilas que estava no chão, contendo dólares.

Durante a fase de interrogatório, o Ministério Público apurou que o dinheiro levado do apartamento de Pedro Lussati serviu para os arguidos adquirirem residências e viaturas, muitas das quais já aprendidas.

A acusação do Ministério Público vai ao encontro do que denunciou Pedro Lussati na carta à Assembleia Nacional, na qual acusa efectivos do SIC e do SINSE de terem invadido o seu apartamento, em Talatona, e de lá terem retirado várias malas, contendo dólares, euros e kwanzas.

O oficial do SINSE, que admitiu a participação de Fernando Garcia Miala no roubo do dinheiro, está também a responder a um outro processo do foro militar.

A acusação do MP dá igualmente conta de que os arguidos do SIC terão assassinado dois dos seus colegas, agindo “de forma organizada, consertada, livre, voluntária e consciente de que a conduta assumida era proibida e punida por lei”.

Fontes do Tribunal da Comarca de Luanda confirmaram ao Novo Jornal que a fase de instrução contraditória do processo deve começar nesta quarta-feira, 20, e que a defesa de Pedro Lussati exigiu a presença de Fernando Garcia Miala.

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