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Sudão. Declarada zona de catástrofe no Darfur devido à violência

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A região de Darfur, no oeste do Sudão, foi hoje, 4, declarada “zona de catástrofe” pelos contínuos assassínios e saques, anunciou o governador Minni Arko Minawi, enquanto prossegue a incerteza sobre se haverá uma nova trégua no país.

Em comunicado, o governador da região sudanesa disse que os civis das cidades de Kutum e Al Geneina, no Darfur, vivem em condições consideradas “horríveis”.

“Condeno veementemente os saques e assassínios que ocorreram e ainda estão a ocorrer na cidade afectada de Kutum, no campo de Kasab e na cidade de Nyala (capital do sul do Darfur) desde ontem e declaramos o Darfur como zona de catástrofe”, refere a nota divulgada.

Os confrontos entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) recomeçaram na região, especialmente na cidade de Kutum, causando mortes e feridos entre a população civil, mas sem que haja números concretos.

Um porta-voz do Crescente Vermelho sudanês (uma organização humanitária), Mohamed Dosa, disse hoje à agência Efe que pelo menos 25 pessoas morreram no sábado, quando os paramilitares das FAR atacaram a cidade de Kutum e entraram em confronto com tropas do exército.

Al Geneina tem sofrido uma violência sem precedentes nas últimas semanas, com mais de 460 mortos e milhares de feridos, sem um único hospital a funcionar e sem acesso à água ou electricidade, segundo o Conselho Norueguês para os Refugiados.

Os confrontos entre o exército e os paramilitares começaram a 15 de Abril e nenhuma das partes reagiu ainda ao apelo lançado hoje pelos Estados Unidos e Arábia Saudita para que recomecem o diálogo para alcançar uma nova trégua, depois da última ter terminado no sábado à noite.

As tréguas que têm sido acordadas, incluindo as duas últimas (de sete e cinco dias) não têm sido respeitadas apesar da pressão de Washington e Riade, que patrocinaram um diálogo indirecto entre as partes desde 6 de Maio, suspenso devido às várias violações do cessar-fogo.

O conflito no Sudão fez pelo menos 850 mortos e mais de 5.500 feridos e já causou o deslocamento interno e externo de mais 1,3 milhão de pessoas, segundo as Nações Unidas.

LUSA

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