Isto É Notícia

Silêncio do executivo sobre o aumento salarial e o seguro de saúde leva professores do ensino superior à retoma da greve

Partilhar conteúdo

O Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES) retomou, nesta segunda-feira, 27, a paralisação dos serviços, como consequência do silêncio do titular do poder executivo sobre questões de aumento salarial e seguro de saúde.

De acordo com um comunicado daquela instituição, têm sido recorrentes a morte de vários docentes por precariedade de assistência médica e medicamentosa, derivado da deficiente remuneração que a classe aufere.

Em causa, explica o SINPES, está a retirada, sem explicação nem notificação, do subsídio de risco de exposição aos agentes químicos, físicos e biológicos, numa realidade como Angola onde que o giz é o meio mais usado em quase todo o ensino superior, sendo um agente nocivo à saúde humana, “como provam vários estudos de proeminentes investigadores dos países mais científicos do mundo”.

“Quando se pode comprar 45 viaturas num valor total de 9 milhões de euros, isto é um paradoxo. Num país que pretende ser competitivo e sabendo que o conhecimento é uma alavanca para o crescimento, não há vontade política para aumentar os salários”, disse o secretário-geral do SINPES, Eduardo Alberto, em declarações à Lusa.

Segundo o responsável, há cerca de 3.400 docentes do ensino superior, com um salário médio de 373.000 kwanzas, enquanto a remuneração de um professor catedrático pode ir até aos 593.000 kwanzas.

O sindicalista lembrou que, na última reunião, de 17 de Fevereiro, “em que se notou a inversão de prioridades” do executivo, não foram apresentadas soluções. “Não se pode falar na melhoria da qualidade do ensino com este salário miserável”, lamentou.

O SINPES tinha suspendido a greve no passado dia 1 de Novembro, regressando às aulas que se encontravam paralisadas desde 24 de Outubro de 2022.

Nas negociações entre as partes, durante o período da greve, no ano passado, ficou a promessa de serem atendidas duas reivindicações, das quatro fracturantes do caderno reivindicativo dos docentes, nomeadamente os fundos para a investigação científica e a formação contínua.

Quanto aos salários e seguros de saúde, a resposta a estas duas reclamações ficou pendente e ficou a promessa de ela vir a ser submetida ao titular do poder executivo.

SINPES diz que os professores retomaram a greve pela insatisfação dos pontos fracturantes, constantes do memorando de entendimento de 17 de Novembro de 2021, pelo que considera falta de vontade política.

Até ao fecho desta matéria, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não havia feito ainda nenhum pronunciamento sobre o assunto.

ISTO É NOTÍCIA

Artigos Relacionados