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SIC classifica execução sumária de dois meliantes na via pública como um acto de “legítima defesa”

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O Serviço de Investigação Criminal (SIC) veio, através de uma nota de esclarecimento, apresentar a sua versão dos factos que culminaram com a execução sumária, na passada quinta-feira, 24, de dois meliantes na via pública, no bairro da Mabor, no Cazenga, às mãos de um dos seus efectivos, conforme um vídeo amador que se tornou viral nas redes sociais esta semana.

No esclarecimento tornado público esta sexta-feira, 25, o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Direcção Geral do SIC, Manuel Halaiwa, explica que, a execução dos dois meliantes, ocorreu quando, “interceptados momentos depois e imobilizados, um dos elementos que se encontrava sentado no chão, tentou fazer uso da arma de fogo que trazia na cintura”.

“Em reacção, atendendo o histórico de violência destes indivíduos, produzidos momentos antes e de forma a repelir a ameaça, o agente efectuou disparos que atingiram mortalmente os dois marginais, tendo sido encontrado em posse destes duas armas de fogo”, justificou o SIC na referida nota, em reacção à onda de críticas sobre o acto praticado por um dos seus efectivos.

No vídeo amador de 30 segundos que circula na internet, não é possível vislumbrar o momento a que se refere Manuel Halaiwa, uma vez que o efectivo do SIC que executa os meliantes, é o mesmo que, instantes antes, auxilia um deles a juntar-se ao outro implicado que se encontra sentado na berma da estrada atingido nos membros inferiores.

O documento do SIC dá ainda nota de que, na sequência dos acontecimentos, foi aberto um processo investigativo para “aferir as reais circunstâncias dos factos”, adiantando que já foi detido o agente em serviço que efectuou os disparos e que o mesmo deverá ser apresentado ao Ministério Público”, sem que a identidade do efectivo do SIC fosse revelada.

A nota do SIC dá ainda conta que uma das vítimas já foi identificada. Trata-se, segundo o órgão de investigação criminal, do cidadão angolano que em vida atendia pelo nome de Tito Ngalule, também conhecido por Tito Nganjo; solteiro, de 28 anos, residente no município do Cacuaco, bairro Belo Monte, o mesmo tido como “um marginal altamente perigoso”.

Tito Nganjo é um velho conhecido do SIC, devido à sua “folha de serviço” e às diversas passagens por aquele órgão de investigação criminal. Pesavam sobre o meliante vários mandados de detenção pelos crimes cometidos com os seus comparsas, tais como: homicídio, roubos qualificados de valores monetários na via pública com recurso à arma de fogo, além de constar como o principal suspeito da autoria de outros crimes ocorridos no ano passado.

O jovem meliante abatido era tido como um dos presumíveis autores do homicídio voluntário, seguido de roubo qualificado de dois milhões de kwanzas, ocorrido no dia 22 de Junho de 2021, no distrito urbano 11 de Novembro, bairro da Petrangol, na via pública, em que foi vítima o cidadão Rodrigo Rufino, de 51 anos de idade, 3.º subchefe da Polícia Nacional, então colocado no Comando Municipal do Cazenga.

A nota dá ainda conta de que Tito Nganjo era também suspeito de outros três roubos qualificados: de dez milhões de kwanzas, dois milhões e 500 mil kwanzas e dois milhões e 283 mil kwanzas, todos eles seguidos de ofensas à integridade física, com disparos de arma de fogo do tipo pistola, ocorridos na via pública, no distrito urbano do Tala Hady, em que foram vítimas vários cidadãos, entre estes um cidadão de nacionalidade indiana.

O SIC informa, por outro lado, que diligências estão já em curso, em coordenação com a Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) — órgão afecto à Polícia Nacional — e outras forças afins, para a identificação da outra vítima mortal, assim como dos outros dois cúmplices, que se puseram em fuga, quando abordados por efectivos da Brigada Operativa do SIC e da PN, a fim de serem responsabilizados criminalmente.

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