Samakuva coloca fim à onda de suspeições e convoca congresso para 2, 3 e 4 de Dezembro
Depois da “perturbante declaração” do início da semana do Presidente João Lourenço, na cerimónia de tomada de posse de Isaías Samakuva como membro do Conselho da República, e das “declarações hesitantes” do líder da UNITA, a semana chega a meio com um novo tópico político: a convocação do XIII Congresso Ordinário do Galo Negro.
A decisão, anunciada no fim da tarde desta quarta-feira, 27, por Isaías Samakuva, após reunião do Comité Permanente, confirma os dias 2, 3 e 4 de Dezembro, tal como sugeriram os membros da Comissão Política, no encontro de 20 de Outubro do corrente ano.
Na segunda-feira, 25, Isaías Samakuva deixou em suspenso a realização do referido congresso, ao afirmar que não “tinha a certeza” se até à data indicada pela Comissão Política do partido seria ou não possível reunir todas as condições para a concretização do congresso.
O Plenário do Tribunal Constitucional anulou, a 7 de Outubro do corrente, o XIII Congresso Ordinário que elegeu Adalberto Costa Júnior à frente da UNITA, uma decisão mal recebida pelos membros do Comité Permanente do Galo Negro, que a classificaram como uma “armadilha política” que visa semear a divisão no seio do maior partido na oposição em Angola.
Na segunda-feira, Isaías Samakuva confirmou também as declarações polémicas de David Mendes na TV Zimbo sobre uma carta enviada ao Tribunal Constitucional (TC) pelo presidente da UNITA, na qual este último manifestava um conjunto de dúvidas derivadas da interpretação do acórdão n.º 700/2021, que ditou o afastamento de Adalberto Costa Júnior.
O !STO É NOTÍCIA sabe, entretanto, que a corte constitucional ainda não respondeu à carta de Isaías Samakuva. Porém, uma fonte da UNITA, que esteve na reunião de hoje, mas que não quis ser identificada, afirmou que “a resposta do TC não impede que se cumpra os estatutos que o mesmo TC colocou em vigor”.
“Se o TC anulou o Congresso de 2019, então temos de realizar um novo Congresso, nos termos dos Estatutos de 2015, e vamos aguardar quando e se o TC responder, mas a nossa marcha prossegue tranquilamente”, esclareceu a fonte deste jornal, considerando que “o mais importante será realizar o Congresso e esperar pela anotação do TC”.