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Rui Galhardo voltou à PGR e saiu de lá com garantias de que ACJ continua sob investigação

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Depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter colocado uma pedra sobre o assunto, o empresário Rui Galhardo, que sempre insistiu em dizer que “nada estava perdido”, voltou a abrir uma nova página no capítulo da já intrincada novela sobre a queixa-crime intentada em Março deste ano contra o presidente destituído da UNITA, Adalberto Costa Júnior, por alegada tentativa de homicídio.

Nesta sexta-feira, 19, o empresário, que alega estar a receber propostas de suborno para desistir do processo, voltou à PGR para se inteirar do processo que promete levar “até às últimas consequências”. Uma espécie de volte-face no “guião informativo” que deixa o Ministério Público numa “saia justa” e que, coincidência ou não, ocorre dois dias depois de o líder destituído da UNITA lançar a campanha para a sua reeleição ao cargo de presidente do partido.

Da parte da PGR, que havia negado “categoricamente” a existência de um pedido de inquérito na altura, ou seja, que a única queixa-crime que lá deu entrada tinha sido arquivada “por não ter pernas para andar”, não se voltou a ouvir qualquer esclarecimento adicional que contrariasse as declarações anteriores do seu porta-voz, Álvaro João, a quem o !STO É NOTÍCIA tentou contactar via telefónica, mas sem sucesso. Porém, tudo o que se sabe sobre o posicionamento da PGR é o que já tinha sido dito.

“Por motivo de os factos apresentados pelo queixoso [Rui Galhardo] não reunirem os elementos bastantes que preenchem o tipo legal de crime de homicídio na sua forma tentada, o referido expediente foi arquivado”, afirmou o porta-voz da PGR ao Novo Jornal, reforçando: “Os factos imputados ao engenheiro Adalberto Costa Júnior não tinham sustentação suficiente para configurar a prática do crime de homicídio na sua forma tentada”.

Ao que tudo indica e a fazer fé nas palavras de Rui Galhardo, as declarações do porta-voz da PGR não só não passaram de “favas contadas”, como abrem aqui espaço para outras leituras nem sempre fáceis de serem feitas, uma vez que o queixoso voltou à carga e de lá saiu com indicações de que o processo deve conhecer nos próximos dias uma viragem na ordem dos 360 graus. Enquanto tal não acontece, Rui Galhardo aproveitou as suas declarações à imprensa para dar nota de um novo elemento no processo:

“Há pessoas que têm falado comigo no sentido de eu desistir da queixa, que serei recompensado devidamente, e etc., porque uma pessoa tem despesas com os advogados, etc., e que haveria um pedido de desculpas. Mas, quer dizer, entre falar e não fazer, então é preferível continuar”, declarou à saída da PGR Rui Galhardo, de onde afirma ter recebido garantias de que o processo segue o seu curso normal e que “está saudável”.

“Havia necessidade de eu saber o que se estava a passar, porque parecia que o processo estava um bocado parado. E depois, as nossas redes sociais, mentirosas a 90 por cento, com pseudo-jornalistas que começaram a dizer que o processo estava encerrado, que não tinha pernas para andar, que não havia provas, etc… Eu vim constatar in loco que o processo está bem. Está saudável, vai avançar, e o senhor Adalberto e as pessoas envolvidas vão ser ouvidas muito em breve”, afirmou o queixoso.

Rui Galhardo alega ainda estar a ser vítima de ameaças por parte de pessoas que, sem mencioná-las, assegurou estarem ligadas ao ex-presidente da UNITA. “Não vou falar nomes porque acho que eu devo ter cuidado com esta situação, mas são pessoas próximas ao senhor Adalberto”, sublinhou.

Quantas às ameaças propriamente ditas, o queixoso lamentou que até os seus filhos menores não estejam a ser poupados. “Estas vão desde ‘um dia vamos te queimar dentro de casa’, ‘vamos pôr uma bomba no teu carro’, ‘vais ser esfaqueado no meio da rua’. São situações que, vá lá, não me amedrontam, mas são preocupantes. Quando há pessoas que vão ao meu perfil do Facebook — e isso toda a gente vê — e vão às fotografias dos meus filhos menores e ameaçam, fica complicado, não é?”.

Em Março deste ano, Rui Galhardo queixou-se de uma suposta tentativa de homicídio, ocorrido na província do Uíge, aquando das cerimónias de comemoração dos 55 anos da fundação da UNITA.

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