RDC. Violência força 11 mil pessoas a fugirem para o Uganda em dois dias
Pelo menos 11 mil pessoas — maioritariamente mulheres e crianças — refugiaram-se no Uganda desde domingo, para fugir da violência a que se assiste no leste da República Democrática do Congo (RDC), após ataques a posições do exército congolês.
O anúncio foi feito, nesta terça-feira, 9, pela porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Shabia Mantoo, numa conferência de imprensa em Genebra, Suíça, durante a qual considerou tratar-se “do mais importante afluxo de refugiados num só dia no país desde há mais de um ano”.
“Um recrudescimento dos combates no leste da República Democrática do Congo forçou, pelo menos, 11 mil pessoas a fugirem para a fronteira ugandesa desde domingo à noite”, informou aquela responsável da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com Shabia Mantoo, citada pela Agência France-Press, homens armados não identificados atacaram e ocuparam, na noite de domingo para segunda-feira, quatro localidades controladas pelo exército da RDC, na zona de Bunagana — um importante posto aduaneiro situado a 80 quilómetros de Goma, capital da província de Kivu Norte, no leste da RDC, junto à fronteira com o Uganda.
O exército congolês responsabiliza o grupo rebelde Movimento 23 de Março pelos conflitos dos últimos dias naquele país africano, mas a direcção do grupo armado negou ter estado na origem dos ataques.
Ao final do dia de segunda-feira, 8, o exército congolês anunciou ter recuperado todas as suas posições. “Já não restam combatentes do M23 em Rutshuru. Temos o controlo total da situação”, disse o porta-voz adjunto das Forças Armadas da RDC, Sylvain Ekenge, aos media locais.