RDC. Rebeldes do M23 mantêm posições nas proximidades de Goma
A retirada dos rebeldes do M23 de Kibumba, no leste da República Democrática do Congo (RDC), anunciada a 23 de Dezembro, “não é efectiva” dez dias depois, afirmaram esta segunda-feira, 2, fontes locais.
O Movimento 23 de Março, (M23), rebelião tutsi derrotada em 2013, passou a controlar nos últimos meses uma grande parte do território a norte de Goma, capital da província de Kivu do Norte.
A posição rebelde mais avançada situa-se em Kibumba, que dista 20 quilómetros de Goma.
A 23 de Dezembro, os rebeldes e a sua liderança militar reuniram-se com os comandantes da força regional da Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês), tendo em vista a sua retirada de todas as aldeias em torno de Kibumba.
No dia seguinte, o Exército da RDC classificou o anúncio de retirada como um “isco” e, desde então, nenhum movimento efectivo de retirada foi assinalado.
Um residente em Kibumba, citado pela agência France-Presse a coberto de anonimato, por motivos de segurança, disse que “o M23 continua” tanto naquela cidade como em Buhumba, tal como efectivos da força militar enviada pela EAC.
A fonte afirmou que os rebeldes abandonaram as “posições de Kamahoro e de ‘Três Antenas'”, a cerca de três quilómetros do centro de Kibumba e que a maioria da população fugiu, tendo alguns, depois de regressarem, voltado a partir de novo.
Outras duas fontes, dois agricultores que permaneceram sábado no centro de Kibumba, também disseram que “o M23 ainda continua”, especificando que até construíram um centro de saúde para os seus cuidados médicos.
Um dos dois homens afirmou ter tido uma breve troca de palavras com os rebeldes: “Eles perguntaram-me por que eu estava saindo de Kibumba”.
A RDC acusa o Rwanda de apoiar activamente o M23 e de lutar ao seu lado, tendo as relações entre os dois países vizinhos caído no patamar da total desconfiança mútua.
Várias iniciativas diplomáticas foram lançadas para tentar resolver esta crise, designadamente por Angola, conforme mandato recebido da União Africana, e o atual destacamento da Força Regional da África Oriental, liderada pelo Quénia.