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Presidente João Lourenço defende na ONU erradicação da pobreza como prioridade global

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O Presidente da República, João Lourenço, defendeu, nesta segunda-feira, 23, na ‘Cimeira do Futuro’, em Nova Iorque, a importância da erradicação de todas as formas de pobreza e a necessidade de consensos sobre uma reforma da arquitectura financeira e da dívida soberana mundial.

“Na nossa investida em torno da construção de um futuro sustentável para todos devemos também colocar como ponto importante o incremento da luta a favor da erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema”, afirmou João Lourenço, no evento de dois dias promovido pelas Nações Unidas, que terminou nesta segunda-feira, 23.

Para o chefe de Estado angolano, esta luta é “o maior desafio global” da actualidade e “um requisito indispensável para alcançar o desenvolvimento sustentável, a segurança alimentar, o acesso à energia, a conectividade digital, a educação, o emprego e a protecção social”.

Para o Presidente angolano, não se podem realizar as ambições comuns para o futuro sem se colocar “as pessoas mais pobres e vulneráveis” no centro das acções e garantir, desta forma, que “nenhum ser humano ou país fique para trás”.

No domínio da segurança, João Lourenço defendeu ser necessário que se evolua “para uma arquitectura de paz em que o princípio da segurança partilhada seja defendido e protegido por todos, de modo que nenhum cidadão, Estado, região ou zona geográfica, se sinta protegida à custa da insegurança de outros”.

Em nome dos angolanos, este referiu que Angola considera que não é possível construir-se um mundo equilibrado, seguro e sustentável “em que a dignidade e o acesso às oportunidades sejam um benefício exclusivo de um pequeno grupo de privilegiados, em detrimento da maioria da população mundial”.

Defendeu “igualmente a necessidade de se alcançarem consensos sobre a reforma da arquitectura financeira mundial e da arquitectura da dívida soberana mundial”, o que considerando “crucial” para a existência de “um sistema financeiro internacional mais justo e capaz de servir também os interesses dos países em desenvolvimento”.

Para João Lourenço, “a adopção do ‘Pacto para o Futuro’ representa, sem sombra de dúvida, um verdadeiro ponto de viragem para uma abordagem mais dinâmica, mais comprometida, mais engajada e assertiva de questões importantes para a humanidade”.

A Cimeira do Futuro, que se iniciou domingo, 22, na sede da ONU, incluiu a adopção de três acordos históricos que visam construir um futuro melhor para a humanidade: Pacto para o Futuro, Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras.

O encontro terminou hoje, na véspera do início do debate anual da Assembleia-Geral da ONU, que arranca nesta terça-feira, 24, e que vai ter como pano de fundo conflitos como os da Ucrânia, Faixa de Gaza e Sudão, mas também os atrasos nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a crise climática.

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