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Preocupações manifestadas por juízes sobre a detenção de São Vicente levam justiça suíça a suspender assistência jurídica a Angola

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O Tribunal Federal (TF) da Suíça decidiu suspender, de forma temporária e por tempo indeterminado, a assistência jurídica que mantinha com Angola desde 2020, avançou, nesta quinta-feira, 14, o portal do semanário Valor Económico.

De acordo com a matéria, a decisão foi comunicada a Angola nesta quarta-feira, 13, pelo Gabinete Federal de Justiça (FOJ), que teria apresentado preocupações manifestadas pelos juízes suíços em relação às condições em que o empresário Carlos São Vicente está detido desde Setembro de 2020.

Angola e Suíça assinaram em 2020 um acordo de assistência jurídica, no qual as autoridades suíças se comprometeram a ajudar a recuperar mais de quatro mil milhões de dólares norte-americanos, alegadamente desviados de forma ilegal por empresários angolanos.

No âmbito do referido acordo, cerca de 900 milhões de dólares norte-americanos, pertencentes a Carlos São Vicente, foram retidos pelas autoridades suíças. A suspensão da assistência jurídica não afecta, por enquanto, a retenção do dinheiro do empresário angolano.

Ao que apurou o Valor Económico, os 900 milhões de dólares continuam congelados pelo Ministério Público de Genebra.

Há dois anos, os tribunais suíços rejeitaram o recurso do empresário contra o congelamento dos seus bens e fizeram depender qualquer decisão futura da resposta ao pedido de Angola para se estabelecer uma assistência jurídica mútua.

À data da sua detenção, Carlos São Vicente chefiava a companhia AAA Seguros. E nessa altura (2020), o pedido de Angola foi reforçado pela vice-ministra da Justiça, Eduarda Rodrigues Neto, durante uma reunião com o FOJ, realizada em Genebra.

Carlos de São Vicente foi condenado, em Março de 2022, a nove anos de prisão.

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