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Prejuízos da TAAG caíram 20,5% para menos 300 milhões USD em 2021

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Mantém-se a onda de prejuízos na companhia aérea nacional TAAG. Em 2021, a companhia obteve um prejuízo na ordem dos 296 milhões de dólares norte-americanos. O valor representa uma redução de 20,5%, se comparado aos 372 milhões USD obtidos de 2020, e acordo com os cálculos do !STO É NOTÍCIA, com base no relatório do Sector Empresarial Público (SEP), divulgado pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estados (IGAPE).

Relatórios do IGAPE apontam que a TAAG acumulou prejuízos superiores a mil milhões de dólares, demonstrando um estado de “falência técnica pelo quinto ano consecutivo”, situação que tem levado alguns especialistas a apontarem para a necessidade de reestruturação da companhia, “em vez de constantes injecções de capital financeiro que o Estado vai aplicando à empresa”.

Em 2020, a companhia atingiu prejuízos na ordem dos 372 milhões de dólares norte-americanos, o maior registo dos últimos cinco anos, representando um aumento acima de 64% face a um prejuízo de 279 milhões de USD registado em 2019.

Já em 2018, a TAAG somou o prejuízo de 260 milhões de dólares norte-americanos (cerca de 100 mil milhões de kwanzas), sendo que só no primeiro semestre de 2017 os dados apontavam para prejuízos à volta dos 12 milhões USD.

Para o economista Carlos Rosado de Carvalho, não faz sentido algum o “Estado continuar a injectar dinheiro na TAAG para garantir o seu funcionamento, uma vez que a mesma continua a registar prejuízos avultados, sem perspectiva de redução destas perdas”.

“Tenho dito e defendido: é preciso que nós, os contribuintes, conheçamos o plano de reestruturação da TAAG. O Estado põe todos os anos milhões de dólares na TAAG e nós não sabemos qual é o plano de reestruturação da companhia; o que se faz com estes montantes. Não sei se realmente vale a pena o governo estar sempre a injectar dinheiro na TAAG”, defendeu esta terça-feira, 2, o especialista, no habitual espaço ‘Economia Sem Makas’, da Rádio MFM.

Segundo Rosado, os mais de mil milhões USD de prejuízos da companhia corresponde a mais de 60% do valor destinado ao sector da saúde no Orçamento Geral (OGE) em vigor.

“Mil milhões de dólares é muito dinheiro. Isso dá qualquer coisa como 60% do orçamento da saúde para 2022”, sublinhou o economista e jornalista.

Na visão do especialista em finanças públicas, Eduardo Nkossi, “o problema da TAAG é reflexo da maneira como o país é gerido”, e defende que “a maneira com que as empresas públicas são geridas merece estudo”.

“A empresa está praticamente numa situação de insolvência. Só para se ter uma ideia, há determinado tipo de avião da TAAG a custar 134 milhões de USD, outro modelo custa quase quatrocentos milhões de USD, como é que um valor de 75 milhões de USD que o governo quer alocar vão servir?”, questionou o analista, em declarações à Voz da América.

Recorde-se que em Fevereiro deste ano, a presidente do Conselho de Administração (PCA) da TAAG, Ana Major, afirmou que a nova administração sob sua liderança “está a trabalhar num novo plano estratégico, visando gerar meios financeiros próprios, para evitar que a empresa pública esteja permanentemente dependente do OGE.

A responsável assegurou, na ocasião, que o desafio da actual liderança não é apenas o de fazer a companhia nacional sobreviver a esta fase difícil por que tem passado, mas também, e sobretudo, torná-la rentável e menos dependente das verbas públicas.

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