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Oxford Economics já não tem dúvidas de que a inflação em Angola vai ultrapassar o máximo de 2017 e chegar aos 31%

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A consultora Oxford Economics considerou, nesta terça-feira, 15, que a inflação em Angola — depois de bater o recorde de quase sete anos em Abril, com 28% — deverá continuar a subir, ultrapassando os 31% no final deste semestre.

É preciso recuar até Junho de 2017, altura em que a inflação se situou em 30,51%, para encontrar um valor mais elevado, segundo as estatísticas do site Trading Economics.

“Antevemos que a inflação atinja o pico de 31% em Junho, face ao período homólogo de 2023, e depois abrande para chegar ao final do ano com uma média de 23%”, escrevem os analistas do departamento africano desta consultora britânica.

Num comentário aos números da inflação de Abril, divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a Oxford Economics escreve que “o contágio da aguda desvalorização do kwanza, no ano passado, vai continuar a sentir-se até ao próximo mês, com a contínua retirada dos subsídios aos combustíveis a colocar mais pressão sobre a inflação dos transportes”.

No comentário enviado aos seus clientes, o Departamento Africano da Oxford Economics afirma que “a estabilização da taxa de câmbio nos 835 kwanzas por dólar e o declínio dos preços alimentares a nível mundial vai ajudar a estabilizar a inflação a partir do segundo semestre deste ano”.

A inflação angolana voltou a aumentar em Abril, pelo 12.º mês consecutivo, registando uma variação homóloga de 28,20%, um máximo de quase sete anos, segundo o INE.

A Folha de Informação Rápida (FIR) do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) indica que esta variação representa um acréscimo de 17,61 pontos percentuais em relação à observada em igual período do ano anterior.

O Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou a taxa de juro de referência para 19%, num contexto de rápido aumento da inflação e de crescimento da massa monetária, lembra a Oxford Economics, apontando que “sem sinais visíveis de redução da inflação, o contínuo crescimento da base monetária, e o acumular do excesso de reservas, o banco central angolano deverá optar por aumentar as taxas de juro em mais 100 pontos-base e poderá também implementar medidas de contenção monetária esta sexta-feira, 17, na sua próxima reunião mensal.

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