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Ordem de sobrelotação de autocarros da TCUL leva sindicato a convocar uma greve parcial para esta sexta-feira

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A Comissão Sindical da Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), na empresa de Transporte Colectivo Urbano de Luanda (TCUL), anunciou uma greve agendada para esta sexta-feira, 13. Em causa está a não revogação de uma “ordem de serviço” que obriga a sobrelotação de passageiros nos autocarros, em claro desrespeito ao Decreto Presidencial n.º 189/21 de 6 de Agosto.

O referido decreto orienta que os transportes colectivos urbanos e interurbanos de passageiros, públicos e privados, funcionem com até 75% da sua lotação.

De acordo com o primeiro secretário da comissão sindical da CGSILA na TCUL, Domingos Palanga, a ordem de serviço emitida pelo presidente do Conselho de Administração (PCA), Pedro Pereira, tem posto os motoristas em permanentes “apuros” com os agentes reguladores de trânsito, o que leva o sindicato a lançar um apelo ao ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, a fim de mandar averiguar as reclamações dos funcionários.

Segundo o sindicalista, a greve, que visa a paralisação parcial dos serviços na empresa, está a ser motivada, também, pelo não pagamento de salários durante quatro meses e pela proibição do exercício sindical, além da contínua perseguição selectiva aos trabalhadores envolvidos em acções grevistas.

Entre as reivindicações apresentadas pelo sindicato consta ainda a retenção de um por cento do salário da maioria dos trabalhadores, valor que está a ser canalizado a favor de um sindicato da conveniência da entidade patronal, que deixou de representar a classe desde finais de Dezembro de 2020.

A Comissão Sindical dos Trabalhadores da TCUL considera como “deploráveis as situações que se observam na instituição, e classifica mesmo de “maléfico” o ambiente gerado pela falta de entendimento dentro da empresa, o que, no seu entender, só com a intervenção directa do ministro e do seu secretário se chegará a um consenso.

O órgão sindical reclama também de ter enviado várias ofícios ao Ministério dos Transportes, sem nunca ter obtido uma reacção daquele departamento ministerial. A CGSILA lamenta o facto de o Ministério dos Transportes continuar em silêncio ante o problema que inquieta os trabalhadores, o que, na sua visão, mostra “um sentimento de indiferença por parte da tutela”.

Bernardo Pires

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