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Níger. França refuta acusação de preparação de intervenção militar

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O Presidente francês, Emmanuel Macron refutou este domingo, 10, as acusações feitas pelo regime militar do Níger, saído de um golpe de Estado, de que a França estaria a preparar uma agressão contra o país.

“Não reconhecemos qualquer legitimidade às declarações dos golpistas”, declarou Emmanuel Macron numa conferência de imprensa no final da cimeira do G20, ocorrida este fim-de-semana em Nova Deli, na Índia.

O chefe de Estado francês apelou também à “libertação” do Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, derrubado pelo golpe de Estado de 26 de Julho, mas considerado pela França como o chefe de estado legítimo, e ao “restabelecimento da ordem constitucional”.

Em Niamey, um membro do regime, o Coronel Major Amadou Abdramane, afirmou no sábado, numa declaração transmitida pela televisão nacional, que “a França continua a posicionar as suas forças em vários países da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] preparando uma agressão contra o Níger, que está a planear em colaboração com esta organização comunitária”.

Segundo o comunicado, desde 1 de Setembro, o regime constatou que “dois aviões de transporte militar A400M e um Dornier 328 foram destacados como reforços para a Costa do Marfim”, e que “dois helicópteros multifunções Super Puma” e “cerca de quarenta veículos blindados” foram destacados “em Kandi e Malanville, no Benim”.

“Em 7 de Setembro de 2023, um navio militar francês atracou em Cotonou [no Benim] com pessoal e recursos militares a bordo”, segundo o comunicado de imprensa.

Os generais no poder também relatam que “cerca de uma centena de aviões militares de carga tornaram possível o desembarque de quantidades significativas de material e equipamento de guerra no Senegal, Costa do Marfim e Benim, para citar apenas alguns”.

“Estas manobras” visam “ter sucesso numa intervenção militar contra o nosso país”, acrescentam.

Segundo uma fonte militar francesa, “nada disto é nem preparação nem intenção. Não há intervenção, não há ataque planeado contra o Níger”.

“A parceria militar está suspensa e as tropas francesas estão à espera nas suas bases no Níger. O barco ao largo da costa de Cotonou é o porta-helicópteros anfíbios Mistral envolvido na tão planeada Operação Corymbe e que está a pugnar pela segurança marítima. É cooperação com os países ribeirinhos do Golfo da Guiné contra o tráfico (pesca ilegal, tráfico de drogas, etc.)”, acrescentou a fonte.

Após o golpe de 26 de julho, a CEDEAO ameaçou uma intervenção militar no Níger, para a qual tinha anunciado preparação, a fim de restaurar a ordem constitucional, libertar o presidente deposto Mohamed Bazoum e repô-lo nas suas funções.

Uma decisão apoiada pela França, que tem cerca de 1.500 soldados neste país do Sahel, no âmbito da luta anti-jihadista.

LUSA

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