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MPLA reage à declaração política da Frente Patriótica acusando-a de não ter visão de futuro para o país

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O Secretariado do Bureau Político do MPLA reagiu, neste sábado, 7, com duras críticas à última declaração política da Ampla Frente Patriótica Para Alternância, constituída pela UNITA, Bloco Democrático e o projecto político PRA-JA – Servir Angola. O partido no poder, que não reconhece “nenhuma proposta de programa de governação alternativa à do MPLA, considera que a auto-denominada frente “avalia o presente de forma incoerente e irresponsável e não tem qualquer visão de futuro para o país”.

O órgão do partido governante justificou a “invulgar” reacção com o facto de a Ampla Frente Patriótica para a Alternância ter assumido não reconhecer “legitimidade no MPLA para continuar a governar o país”. Uma declaração que os “camaradas” não perdoam e classificam como estando desprovida “de sentido de Estado e de respeito para com as instituições democráticas”.

O Bureau Político do MPLA usou o comunicado para caracterizar de forma irónica aquilo a que chamou de forças da oposição, encabeçadas pela UNITA. Dirigindo-se a cada uma dessas forças, os “camaradas” enumeram uma espécie de “indicadores de falta de credibilidade” que concorrem para que nenhuma das organizações que compõem a Frente Patriótica se sinta com “autoridade moral” para contestar a sua liderança à frente dos destinos do país.

É convicção dos “camaradas” que o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior — que nunca é nominalmente citado no comunicado —, “tem o seu lugar por um fio”, por conta do processo que corre no Tribunal Constitucional, intentado por militantes do seu próprio partido.

Já sobre o Bloco Democrático, o MPLA acusa-o de ter “recorrido ao expediente de integrar a coligação de partidos CASA-CE como única forma de ter um ou outro deputado no Parlamento”, destacando o facto de este não concorrer às eleições desde 2008, por incapacidade de reunir as assinaturas necessárias”.

O comunicado critica também Abel Chivukuvuku, tratando-o apenas como “um cidadão isolado que liderou um projecto falhado de criação de um Partido Político, inviabilizado pelo Tribunal Constitucional através do Acórdão nº 837-C/2020”.

“Esse Acórdão, que negou provimento à pretensão de criação do Partido Político por não ter conseguido reunir em processo regular o número mínimo de assinaturas necessárias, é revelador de que o projecto não tem credibilidade, não pode ser levado a sério e, portanto, não tem condições de se apresentar como alternativa democrática ao projecto de Nação do MPLA”, considera o Bureau Político do MPLA.

“Os angolanos sabem que a única forma possível para se alcançar legitimamente o poder político em Angola é por via das eleições e que foi ao MPLA e ao seu Presidente João Lourenço que conferiram, nas eleições gerais de 2017, legitimidade para governar até à realização das próximas eleições”, rebate o comunicado do Bureau Político, ainda na senda da declaração política da “Frente” sobre a falta de legitimidade para continuar a governar.

Para o MPLA, arrogar-se, “sem qualquer título nem mandato, no direito de questionar a legitimidade conferida pelos angolanos nas urnas” é revelar falta de respeito pela Constituição da República, que os políticos eleitos juraram obedecer.

“Pretender iludir os cidadãos com a narrativa de que o MPLA perdeu legitimidade para governar só pode ter como objectivo incitar os angolanos à rebelião e à desobediência às instituições legítimas, actos cujas consequências serão única e exclusivamente imputáveis, aos promotores da auto-proclamada “Frente Patriótica”, frisou o comunicado do Bureau Político do MPLA, em tom de advertência.

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