Morreu o jornalista Ismael Mateus. Acidente na avenida 21 de Janeiro põe fim a uma vida recheada de causas e de intervenção pública
Morreu o jornalista Ismael Mateus, mais do que uma referência obrigatória, uma personalidade cimeira do jornalismo angolano dos últimos 30 anos de Angola. Aos 60 anos de idade, o também escritor angolano pereceu nesta terça-feira, 1, em Luanda, vítima de um acidente de viação.
Dados avançados nas primeiras horas desta terça-feira pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros e mais tarde confirmados pela Polícia Nacional (PN) indicam que tudo aconteceu por volta das 5h40, quando a viatura em que Ismael Mateus seguia despistou e embateu contra uma placa publicitária, na Avenida 21 de Janeiro, no sentido Gamek-Aeroporto.
As autoridades policiais presumem que o excesso de velocidade terá causado o acidente mortal do jornalista, que também era membro do Conselho da República. Na ocasião, Ismael Mateus seguia sozinho na viatura de marca Toyota, modelo Land Cruiser GXR.
Nascido em Luanda, aos 6 de Julho de 1964, Ismael Mateus Sebastião exercia jornalismo desde 1981. Ao longo de mais de 40 anos, dedicou parte da sua vida à profissão, com passagens na Televisão Pública de Angola (TPA), Rádio Nacional de Angola (RNA) e até à data da sua morte animava a rubrica ‘Visão de Ismael Mateus’, na Rede Girassol de TV.
Membro-fundador do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Ismael Mateus publicava, desde 1985, textos de opinião, inicialmente, na Rádio Nacional de Angola, sob os títulos “Dia-a-Dia na Cidade” e ‘Bué de Bocas’. Na Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), escreveu para a rubrica ‘Recados para o meu Chefe’.
Posteriormente, viria a publicar textos de opinião nos jornais Angolense, Cruzeiro do Sul, Semanário Angolense e Novo Jornal.
Membro efectivo da União dos Escritores Angolanos (UEA), Ismael Mateus publicou ‘Os tempos de YaKalaya’, a “Ascensão e Queda de Bartolas Matias”. Coordenou, em 2000, a colectânea de textos ‘Angola, a Festa e o Luto’, lançado por ocasião do 25.º aniversário da Independência Nacional.
Com base nas entrevistas por si conduzidas na LAC, por ocasião da morte de Jonas Savimbi, a Editorial Nzila publicou, em 2002, o livro “UNITA que Futuro?”. Em 2003, pela mesma editora, publicou o romance livro “Sobras de Guerra”.