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Moçambique. Deputada pede purificação urgente das fileiras da polícia do país

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A vice-presidente da Comissão de Defesa, Segurança e Ordem Pública, do Parlamento moçambicano, Deolinda João Chichoma, diz ser urgente a purificação das fileiras da polícia para combater a corrupção e a participação de agentes em actos criminais, incluindo raptos.

A deputada falava no Niassa, norte de Moçambique, onde o comandante da polícia, no distrito de Marrupa, se encontra detido, acusado de liderar um grupo de criminosos que assaltam cidadãos, com recurso a armas de fogo.

O referido comandante é também acusado de cobranças ilícitas, sobretudo a agentes económicos locais.

“A polícia tem que purificar as suas fileiras. É urgente, para acabarmos com estas situações que mancham a polícia e a sociedade no seu todo”, disse Chichoma, visivelmente agastada com a situação.

Na vizinha província de Nampula, dois agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR)), uma unidade de elite da polícia moçambicana, encontram-se detidos no distrito de Mogovolas, acusados de sequestro e burla.

Na capital, Maputo, três agentes da Polícia moçambicana, encontram-se detidos, acusados num crime de rapto ocorrido em Fevereiro deste ano. Deste grupo, faz parte um agente do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC).

Estes são alguns dos vários casos envolvendo elementos das forças policiais e não incluem os registados em 2021.

Terrorismo

Entretanto, a ministra do Interior, Arsénia Massingue, diz que a corrupção e outras práticas incorrectas nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) comprometem o combate ao terrorismo em Cabo Delgado.

A governante tem estado a visitar diversos distritos de Cabo Delgado, e ouviu relatos de populares sobre a alegada má actuação de elementos das FDS, sobretudo casos de extorsão.

“Há casos de corrupção; o trabalho de grande parte dos nossos colegas não deve ser manchado por uma nódoa de dois ou três pessoas, que teimam em trazer uma imagem negativa para um trabalho tão sacrificado e que até pode levar à morte”, salientou Massingue.

Contudo, para o analista Fernando Lima, não basta assumir o problema, é preciso agir, porque sem um combate eficaz no seio da própria polícia, é muito difícil essa eficácia contra os raptos e corrupção na corporação.

Lima referiu que o governo de Moçambique, “olhando para esta situação, deve saber o que deve ser feito para que a polícia dê resposta aos desafios do país e às preocupações dos cidadãos; não é um problema de apelos, é um problema de acção”.

*Texto Ramos Miguel/VOA

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