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Moçambique: Adiada chegada da força militar da SADC?

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Várias fontes em Maputo afirmam que a força em estado de alerta para apoiar no combate ao terrorismo na província nortenha de Cabo Delgado não desembarca na quinta-feira,15 de junho, conforme originalmente agendado. A indicação de que a chegada das tropas internacionais da SADC poderá ser adiada não foi ainda comentada pelas autoridades moçambicanas.

Uma das razões apontadas para o atraso é a não conclusão de detalhes finais em relação a um acordo com Maputo sobre o envio da força. Algumas fontes referem também que falta acertar pormenores logísticos. Ryan Cummings, analista da consultoria Risk Signal, na África do Sul, disse à DW que Moçambique “não quer perder o controlo sobre as operações de contra-insurgência para a SADC”, o que poderá complicar o envio das tropas.

No domingo, o Ministro da Defesa, Jaime Neto, disse a jornalistas que uma missão constituída por quatro oficiais do Botsuana tinha chegado a Cabo Delgado para preparar o envio da força da SADC, e que os prazos estavam a ser cumpridos conforme o acordado.

Moçambique precisa de ajuda militar

O envio da força foi decidido numa cimeira extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da organização realizada em junho último.

Dércio Alfazema disse à DW que o assunto do terrorismo em Cabo Delgado é urgente. O analista encara o eventual adiamento da chegada da força com alguma preocupação, sobretudo por causa do mau estar manifestado pela África do Sul pelo facto do Ruanda ter enviado as suas tropas a Moçambique antes da SADC.

Alfazema considera que há outros factores que podem resultar, igualmente, num eventual atraso. “É preciso ter em conta que uma intervenção da SADC vai carecer necessariamente de apoios para as questões logísticas. Parece que esta questão não está bastante clarificada. Temos também o facto da África do Sul, que é o país que tem uma maior robustez militar e o maior poder económico a nível da região, estar a debater-se com uma crise interna, por conta da prisão do [antigo Chefe de Estado] Jacob Zuma”.

Texto Leonel Matias/DW

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