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Ministra das Finanças não descarta a possibilidade de uma revisão do OGE 2025 caso o preço do barril do petróleo continue abaixo dos 70 USD

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A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, considerou, nesta sexta-feira, 25, em Washington, Estados Unidos da América (EUA), ser “prematuro” avançar com uma eventual revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025, em face da desvalorização do barril de petróleo, que tem sido comercializado nos últimos dias abaixo dos 70 dólares, valor de referência do principal instrumento económico do país em exercício.

Vera Daves, que se encontra na capital americana a participar dos Encontros de Primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), não descartou, no entanto, a necessidade de “uma possível revisão” do documento, caso o preço do barril se mantenha muito mais tempo abaixo dos 70 USD.

Em declarações à imprensa, Vera Daves de Sousa revelou que o executivo trabalha neste momento numa “solução que já começou a ser desenhada com o Banco Mundial”, estando em cima da mesa “uma espécie de seguro que ajuda a cobrir parte do risco associado à volatilidade do preço do petróleo” e que o governo, na devida altura, deverá “decidir se avança parcialmente ou totalmente com esta solução”.

A ministra das Finanças garantiu, entretanto, que “não há qualquer risco de atraso no pagamento de salários da função pública”, mesmo com a actual queda do preço do crude.

O OGE para 2025, avaliado no montante de 34,6 biliões de kwanzas (cerca de 27,5 mil milhões de dólares norte-americanos), foi preparado na base de um preço médio do petróleo de 70 dólares norte-americanos, e de uma produção petrolífera de 1 098 mil barris/dia.

Na quinta-feira, 24, tal como avançou este portal, o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, revelou que o país arrecadou 6,4 mil milhões de dólares norte-americanos com a exportação de 85,1 milhões de barris de petróleo no primeiro trimestre de 2025, representando uma redução de arrecadação de 18% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Quanto ao volume de exportação, foi registada uma diminuição de 13,5% em relação aos últimos três meses do ano passado e 9,8% face ao período homólogo de 2024.

O preço do petróleo tem apresentado uma tendência de queda nas últimas semanas, com o Brent, que serve de referências às exportações angolanas, a cair para abaixo dos 65 USD por barril em alguns momentos.

Essa queda, segundo alguns especialistas e sites internacionais, deve-se a vários factores, incluindo a pausa de 90 dias nas tarifas dos Estados Unidos da América, que levantou preocupações sobre a demanda global de petróleo e os conflitos geopolíticos.

Por outro lado, o novo plano de aumentar a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+), da qual Angola deixou de ser parte em 2023, também é apontado como um dos factores que tem contribuído para a pressão sobre os preços.

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