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Ministério da Saúde dá o dito por não dito e médicos iniciam greve nacional de cinco dias

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O Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA) iniciou, esta segunda-feira, 6, a greve por tempo indeterminado convocada no mês passado, para, entre outras reclamações, reivindicar o aumento salarial e de condições laborais para os profissionais de saúde.

Depois das negociações fracassadas, realizadas na última semana entre o SINMEA e o órgão de tutela, o presidente do SINMEA, Adriano Manuel, acusou o Ministério de Saúde (MINSA) de “falta de seriedade e de “dar o dito por não dito”, o que o leva a não “entender as razões que levam o ministério a não querer negociar”.

“Não se pode compreender como é que diante de uma negociação, quadros seniores do MINSA abandonam o encontro como se não houvesse mais ninguém no ministério para continuar os trabalhos. É, de facto, uma autêntica falta de respeito”, lamentou o médico, que foi obrigado a suspender a sua actividade laboral no Hospital Pediátrico de Luanda, por ter denunciado a morte de crianças.

No encontro da semana passada, houve indicadores de pontos convergentes, mas, no final, nenhuma das reivindicações dos médicos foram atendidas, tudo porque os interlocutores do Ministério da Saúde “preferirem o arranque da greve ao diálogo para se ultrapassar as divergências”. “Não há mesmo vontade do governo em negociar e isso é incrível”, assinalou.

Adriano Manuel explicou que os médicos aceitaram que fosse transferido para um outro lugar que não o Hospital Pediátrico de Luanda, por ser do interesse do sindicato evitar a greve. Porém, nem mesmo esse entendimento foi capaz de alterar o quadro, já que depois “o patronato mudou a postura inicial”.

A grave de cinco dias visa também exigir o reenquadramento do médico Adriano Manuel, que está há 18 meses impedido de exercer a sua actividade, por ter denunciado a morte de várias crianças no Hospital David Bernardino; o aumento da taxa de mortalidade de menores, a falta de material gastável, a falta de medicamentos nas unidades hospitalares e o pagamento de subsídios.

O SINMEA garantiu que, enquanto durar a greve, serão prestados os serviços mínimos nos cuidados intensivos e bancos de urgências, contudo, ficam suspensas as actividades de enfermaria e consultas externas.

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