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epa05974762 French President Emmanuel Macron (2-R) and French Foreign Affairs Minister Jean-Yves Le Drian (L) visit the troops of France’s Barkhane counter-terrorism operation in Africa’s Sahel region in Gao, northern Mali, 19 May 2017. French President’s visit in Mali is his first trip outside Europe since his inauguration on 14 May 2017. EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON / POOL MAXPPP OUT

Mali retira à França estatuto de redactor de resoluções na ONU

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A junta no poder no Mali retirou à França o estatuto de redactor de resoluções relativas ao seu país no Conselho de Segurança das Nações Unidas por “actos hostis”, incluindo a violação do seu espaço aéreo pelas forças armadas francesas.

Numa carta enviada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, presidido este mês por Moçambique, na passada quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros maliano, Abdoulaye Diop, questionou o estatuto da França por “actos de agressão”, “violação” do seu espaço aéreo pelas forças armadas do país europeu, bem como “subversão” e “desestabilização”.

“Enquanto se aguarda uma reunião especial do Conselho de Segurança solicitada pelo Mali, o governo (…) contesta oficialmente o estatuto da França como redactor em todos os assuntos em consideração pelo Conselho de Segurança que lhe dizem respeito”, lê-se na carta enviada ao embaixador de Moçambique junto da ONU, Pedro Comissário.

A carta, que visa alertar “a opinião pública nacional e internacional” para esta questão, alega também que estes acontecimentos “levantam dúvidas sobre a objectividade e imparcialidade da República francesa”, de acordo com o portal de notícias Maliactu.

O documento é conhecido numa altura em que decorre um périplo africano do Presidente francês, Emmanuel Macron, nomeadamente ao Gabão, Angola, e visitará também outro dos países onde existem tensões anti-francesas, como é o caso da República Democrática do Congo (RDC).

Os governos da França e dos outros países europeus que participam e colaboram com a Operação Barkhane e a Força Takuba, assim como o Canadá, anunciaram em Fevereiro a retirada das suas forças do Mali, onde foram destacados para ajudar Bamako na luta contra o terrorismo.

As tensões têm-se elevado nos últimos meses devido ao anúncio da junta militar de alargar o processo de transição para quatro a cinco anos e adiar as eleições marcadas para Fevereiro, no meio das acusações cruzadas entre Paris e Bamako sobre os esforços anti-terroristas e o destacamento de mercenários russos do grupo Wagner.

LUSA

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