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Líder da UNITA abordou com João Lourenço presença de uma observação eleitoral internacional plural

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O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, defendeu, no encontro que manteve nesta sexta-feira, 1, com o Presidente João Lourenço, uma presença de observadores eleitorais internacionais plural, que possa ajudar a credibilizar o ambiente do pleito de Agosto próximo. O tema foi uma das “questões essenciais” abordadas na audiência que lhe foi concedida, dois anos depois, pelo titular do poder executivo, que põe fim a largos meses em que estiveram ‘institucionalmente de costas voltadas’.

“Tenho trabalho imenso no sentido ajudar e contribuir para que possamos ter eleições num ambiente melhorado. Eleições que sejam verdadeiramente transparentes, que sejam verdadeiramente democráticas, que sejam eleições que contem com a presença de observação internacional, uma observação plural, que nos últimos actos não teve”, disse Adalberto Costa Júnior, à saída da audiência, onde esteve com a vice-presidente da UNITA, Arlete Chimbinda.

O líder da oposição congratulou-se com o encontro, sobretudo por este ocorrer numa altura de pré-campanha eleitoral e num momento em que a ponte de diálogo entre os dois principais contendores da política nacional esteve interdita, o que levou a que várias entidades nacionais — políticas, religiosas e da sociedade civil — tivessem feito repetidos apelos no sentido de João Lourenço e Adalberto Costa Júnior sentarem-se à mesma mesa para sanarem o mau clima reinante.

“Creio que é um encontro que os angolanos, há algum tempo, gostariam de ver realizado, e nós também. É positivo quando as instituições dialogam, particularmente numa altura em que nós temos uma pré-campanha eleitoral com todos os desafios inerentes a algo que tem que ser entendido como regular e normal na vida político-institucional, mas que no nosso caso, infelizmente, ainda não”, analisou o político na oposição.

Nas questões “essenciais relevantes” abordadas com João Lourenço, além do já mencionado tema dos observadores eleitorais internacionais, Adalberto Costa Júnior destacou igualmente a necessidade do respeito à lei no tocante ao acesso aos órgãos de comunicação social. O líder da oposição reclamou do facto de o presidente da UNITA não ter acesso, há largos meses, à comunicação social pública. Facto que considerou inaceitável, sobretudo se se partir do princípio que Angola se encontra num período pré-eleitoral.

O diálogo institucional e a necessidade desse diálogo ser permanente, foram também assuntos levados à discussão com João Lourenço, assim como o processo do registo eleitoral oficioso, cujo prazo, apesar de prorrogado em sete dias, o líder do Galo Negro gostava de ver um pouco mais alargado, para permitir que as longas filas que se registaram nos últimos dias não sejam de novo observadas nos Balcões Únicos de Atendimento Público (BUAP).

“As responsabilidades de quem lidera são acrescidas no sentido de transmitir normalidade nestas questões. Obviamente, este foi um encontro em que nós trouxemos à mesa, e o seu Presidente também — porque não foi apenas uma iniciativa nossa de abordagem — as questões essenciais relevantes no momento que Angola vive, e, acima de tudo, salientar a frontalidade com que nós tivemos esta oportunidade de dialogar e a necessidade de fazermos todos mais do que se tem feito”, frisou Adalberto Costa Júnior.

Líder da FNLA quer eleições transparentes  

Numa outra audiência anterior, aliás ocorrida antes da recepção ao líder da UNITA, João Lourenço recebeu o presidente da FNLA, Nimi a Simbi, que, à saída da audiência, também falou à imprensa, e defendeu um “processo eleitoral com abertura e com lisura”, em que todos possam participar, de forma que possam ser ultrapassadas as contestações ora levantadas.

“Eu disse ao Presidente da República que a FNLA nunca não irá enveredar pela violência. Eu sou psicólogo de formação e na psicologia há terapia e diálogo. Muita coisa se ultrapassa na sociedade com as pessoas dialogando. Se surgir um problema qualquer, então vamos dialogar. Mas, todas as partes têm que fazer um esforço para a transparência e lisura. Quando as coisas começam com algumas contestações não é bom”, argumentou o líder da FNLA.

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