Inflação recua mas permanece acima dos 30%. Arranque do ano lectivo faz disparar preços dos materiais escolares
A taxa de inflação homóloga angolana, durante o mês de Agosto, foi de 30,53%, um decréscimo de 0,56 pontos percentuais em relação à observada no mês anterior (Julho 2024). A maior variação de preços no período em referência deu-se na classe ‘Educação’.
O Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), instrumento elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revela que a variação homóloga actual com a observada em igual período do ano anterior (Agosto de 2023), sofreu um acréscimo de 16,99 pontos percentuais.
Com o arranque do ano lectivo 2024/2025, a classe ‘Educação’ foi a que registou maior aumento de preços, com uma variação de 8,80%, seguida das classes ‘Saúde’, com 2,23%; ‘Hotéis, cafés e restaurantes’, com 1,91%; e ‘Bebidas alcoólicas e tabaco’, com 1,70%.
Em termos mensais, a Folha de Informação Rápida (FIR) do INE avança que os preços no consumidor diminuíram, pelo quarto mês consecutivo, 1,61% em Agosto; uma redução de 0,07 pontos percentuais em relação ao período anterior, ao passo que, em termos homólogos, registou-se uma desaceleração de 0,43 pontos percentuais.
Na capital do país, a inflação situou-se em 40,56%, um acréscimo de 25,20 pontos percentuais em relação ao período homólogo, porém, quando comparado com os números do mês anterior, indica uma redução mensal de 1,63 ponto percentual.
No entanto, desta vez, Luanda não foi uma das três regiões com maiores variações nos preços. O facto ocorreu nas províncias do Namibe, Bengo e de Cabinda, com 2,19%, 2,03% e 1,95%, respectivamente, ao passo que as províncias do Kwanza-Sul e Huambo (1,28%, cada) e Benguela (1,32%) apresentaram variações menores.
O Índice de Preços no Consumidor Nacional mede a variação ao longo do tempo do custo de um cabaz de 12 classes de bens e serviços, cuja componente mais importante são os produtos alimentares e as bebidas não alcoólicas (56% do peso total).
O aumento persistente dos preços em Angola reflecte a desvalorização do kwanza e o impacto da retirada gradual dos subsídios aos combustíveis, associada às dificuldades na disponibilidade de divisas.
A moeda nacional, por exemplo, esteve a ser transaccionada, nesta quarta-feira, 11, ao valor mais baixo dos últimos 25 anos: 939,24 kwanzas por dólar, segundo a agência norte-americana de informação financeira Bloomberg, que analisou o comportamento da moeda nacional nos últimos dez dias do corrente mês.