Inflação não pára de crescer e atinge em Maio 30,16%, o maior registo em sete anos

Mais uma vez pressionada pela alta de preços dos alimentos e bebidas não alcoólicas, a taxa de inflação em Angola, em Maio deste ano, voltou a acelerar pelo 13.º mês consecutivo para 30,16%. Trata-se de um máximo de sete anos, quando registara 31,89% em Junho de 2017.

A Folha de Informação Rápida (FIR) do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), instrumentos elaborados pelo Instituo Nacional de Estatística (INE), publicado nesta quinta-feira, 13, indica que esta variação (30,16%) representa um acréscimo de 19,54 pontos percentuais em relação à observada em igual período do ano anterior (Maio 2023).

Em termos mensais, o Índice de Preços no Consumidor Nacional registou uma variação de 2,49% entre Abril e Maio de 2024; o aumento mais elevado desde Setembro de 2018, com as províncias do Moxico, Luanda e Benguela a registarem a maior variação (3,00%, 2,96% e 2,51%, respectivamente).

A província da Lunda-Norte, com 1,50%, e as do Kwanza-Sul e Lunda-Sul, ambas com 1,56%, figuram entre as regiões que registaram menor variação no nível geral nos preços.

Segundo o INE, a classe ‘Transportes’ foi a que registou o maior aumento mensal de preços, com uma variação de 11,23%. Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes ‘Saúde’, com 3,23%; ‘Vestuário e calçado’, com 2,84%; e ‘Bens e serviços diversos’, com 2,66%.

Em termos homólogos, a inflação em Luanda, a maior praça económica do país, disparou para 41,58%, registando um acréscimo de 31,25 pontos percentuais em relação à observada em igual período do ano anterior.

Com essa taxa, certas previsões começam a concretizar-se, tal como previu o Banco de Fomento Angola (BFA), que, na sua habitual nota informativa, perspectivou uma taxa de inflação crescente nos próximos meses, terminando este ano perto dos 32,7%.

Os especialistas do BFA desapegaram-se da previsão do Banco Nacional de Angola (BNA), que espera uma taxa de 23,4% até ao final do ano.

Quem também olhou com um certo pessimismo o tópico dos preços em Angola é a prestigiada consultora Oxford Economics, que, num comentário enviado aos seus clientes, em Maio deste ano, prognosticou uma inflação angolana — depois de ter batido o recorde de quase sete anos em Abril, com 28% — com tendência crescente, ultrapassando os 31% no final deste semestre.

Notar que a Inflação já está nos 30,16% e ainda falta o mês de Junho para fechar o período previsto.

Vale recordar que o governo, com o objectivo de ver reduzido o nível de produtos importados e consequente baixa nos preços, determinou, recentemente, que doravante as Entidades Públicas Contratantes (EPC) deverão remeter ao Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP) relatórios trimestrais sobre as aquisições de bens produzidos localmente, como mecanismo de incentivo à produção nacional.