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Histórico hipermercado afecto ao ‘braço empresarial’ do MPLA pode fechar as portas já em Abril

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A viver uma situação de crise que já leva anos, o histórico hipermercado Jumbo pode ver as portas encerrarem a partir de Abril do corrente ano, estando a decisão dependente dos accionistas que poderão reunir-se no referido mês para discutir o futuro daquele que é o primeiro hipermercado de Angola.

Entre os accionistas do Jumbo, está o grupo empresarial GEFI, uma sociedade anónima com forte presença no mercado angolano nas mais diversas áreas de negócios e ‘braço empresarial’ do MPLA, o partido que governa o país há quase 48 anos.

A assembleia-geral de accionistas da empresa terá lugar nas vésperas do hipermercado completar 50 anos de existência, como avançou o presidente da Comissão Executiva (PCE) do Jumbo, Assunção Barros, ao semanário económico Expansão.

“Neste momento, estamos a fazer uma gestão de crise, não de implementação de projectos. Mas teremos a assembleia-geral em Abril, onde vamos tomar uma decisão. Não podemos continuar em crise como estamos hoje”, revelou o responsável.

Questionado sobre como se chegou a esta situação, o PCE adiantou que assumiu a gestão do hipermercado há pouco menos de dois anos e que encontrou a empresa já com sérios problemas de gestão e ‘buracos financeiros’, mas que a situação se foi agravando com a abertura de novos hipers e supermercados, que ofereciam os mesmos serviços, mas com inovação e políticas de preços mais atractivos.

“Tivemos uma administração na gestão mais de 40 anos. Nós assumimos a empresa em situação muito difícil, sem desmerecer aquelas que foram as estratégicas dos nossos antecessores, pois tinham um projecto de expansão, quando a rede de distribuição começou a ser mais competitiva com a entrada de novos operadores. Mas, os accionistas é que têm o direito de decidir o futuro da empresa. Por isso, vamos comemorar os 50 anos num ambiente de gestão de crise”, admitiu.

O actual cenário do hipermercado é contrário ao seu peso histórico e à sua marca. No interior da loja, verificam-se prateleiras vazias, escassez de diversos produtos, sobretudo na ala dos alimentos, produtos infantis e nos congelados.

Vazias e inoperacionais estão também as áreas de lacticínios e a charcutaria, segundo apurou o Expansão, numa ronda feita pelo hipermercado.

O futuro do hipermercado de origem francesa está agora nas mãos dos accionistas, que devem decidir sobre a continuidade ou não. A situação deixa a equipa gestora e funcionários vulneráveis e inseguros sobre a manutenção dos seus postos de trabalho, como manifestou o PCE.

“Não temos grandes sonhos, nem momentos para festejar, porque não estamos bem”, desabafou.

Fundado em Agosto de 1973, o Jumbo foi o primeiro hipermercado do país, com mais de 45 anos de existência, resistindo a dezenas de épocas de evolução e revolução do mercado nacional.

O curioso é que, ao longo destes anos, os donos do ‘histórico híper’ não se preocuparam em expandir a marca, estando ela, até aos dias hoje, presente apenas em Luanda e, só recentemente, abriram duas pequenitas lojas com o nome ‘Jumbinho’, uma em Viana e outra em Catete.

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