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Higino Carneiro desvaloriza polémica sobre o ex-oficial da CIA que está a ser julgado nos EUA e reitera “candidatura firme” à liderança do MPLA

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O general na reserva e antigo governador de Luanda Francisco Higino Lopes Carneiro desvalorizou as acusações, postas a circular nas redes sociais e avançadas pela Televisão Pública de Angola (TPA), segundo as quais teria estado envolvido em supostos “actos de conspiração e espionagem, sustentados por contrapartidas financeiras” com o ex-oficial da Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA, na sigla inglesa) Dale Bendler Britt.

O antigo oficial da agência responsável pela recolha e análise de informações sobre assuntos estrangeiros e questões globais para apoiar as decisões de segurança nacional dos decisores políticos norte-americanos, incluindo o Presidente, está a ser julgado nos Estados Unidos da América  (EUA) por “lobby não autorizado, actividades de relações públicas em nome de clientes estrangeiros e de retenção de documentos confidenciais de forma irregular”.

Nos documentos da acusação e na análise jurídica feita pelo Departamento de Justiça norte-americano, afirma-se que de Julho de 2017 até pelo menos Julho de 2020, Dale Bendler trabalhou para uma firma de lobby nos EUA, envolvida em ‘atividades cobertas’ e não registadas em nome de clientes estrangeiros, tendo o ex-oficial admitido ter acedido a documentos nos sistemas da CIA relacionados com os seus clientes privados e partilhado ou retido material classificado em locais não autorizados.

As ‘actividades cobertas’, no quadro dos serviços secretos, referem-se a operações realizadas sob uma falsa identidade, nomeadamente para proteger o sigilo da missão, da instituição ou do agente, facilitando a recolha de informações secretas de um país, organização ou governo sem autorização. Estas actividades são fundamentais na espionagem e visa obter vantagens militares, políticas, económicas, científicas ou tecnológicas.

Entretanto, nesta quinta-feira, 25, a TPA emitiu no seu telejornal, o principal serviço de informação da estação pública angolana, uma peça na qual afirma que “o principal estrangeiro para quem trabalhava Dale Bendler era Angola, em particular o antigo governador de Luanda Higino Carneiro.”

Em nota de imprensa, a Assessoria de Comunicação e Imagem do general na reforma reagiu considerando que “as insinuações, totalmente desprovidas de veracidade, somam-se a outras anteriormente lançadas, incluindo as conhecidas alusões aos denominados ‘brinquedos’. “Todas elas compõem um quadro difamatório vil e irresponsável que, longe de abalar, apenas reforça a determinação e a firmeza de Higino Carneiro em prosseguir a sua missão política”.

“Sublinha-se, com veemência, que tais acusações são absolutamente falsas, carecem de qualquer suporte factual e não existe a mínima prova que as sustente. Acresce referir que apenas quem desconhece o funcionamento dos serviços secretos norte-americanos pode, de forma ingénua, insinuar que um agente da CIA pudesse ser colocado na condição de corrompido”, esclarece a nota.

O documento refere que os “textos apócrifos”, que circulam nos últimos tempos em alguns órgãos de comunicação social e nas redes sociais, são “destituídos de qualquer fundamento, cujo único propósito é atacar a honra, fragilizar a imagem pública e pôr em causa a credibilidade do cidadão Higino Carneiro, que recentemente tornou pública a sua decisão de concorrer à liderança do MPLA”.

A Assessoria de Comunicação e Imagem de Higino Carneiro negou também um alegado encontro entre o pré-candidato à liderança do MPLA e o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, “em locais e circunstâncias totalmente incompatíveis com a sua agenda”, sobretudo numa altura em que se encontrava em missão de serviço no interior do país.

Porém, a nota esclarece que “na qualidade de político disponível para a liderança do maior partido de Angola – partido com responsabilidades históricas e de Estado –, Higino Carneiro não exclui a possibilidade de encontros de carácter patriótico, sempre que estes sirvam os superiores interesses da nação e contribuam para a salvaguarda da unidade nacional”.

A nota acrescenta ainda que “Higino Carneiro tem reiterado, de forma clara e inequívoca” que “quer somar, unir e não dividir'”, razão pela qual “a sua candidatura mantém-se firmemente orientada para a moralização da vida política em Angola, para a promoção da unidade nacional e para a construção de uma liderança assente na transparência, na responsabilidade e no compromisso inabalável com o futuro do país, em plena observância da máxima do saudoso Presidente Agostinho Neto: ‘O mais importante é resolver os problemas do Povo’”.

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