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Guiné-Bissau. Presidente Sissoco Embaló vai dissolver Parlamento

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A Guiné-Bissau pode estar à beira de mais uma crise política com a iminente dissolução da Assembleia Nacional Popular (ANP) por parte do Presidente Umaro Sissoco Embaló. O líder do Parlamento, Cipriano Cassamá, que esteve reunido com o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, esta sexta-feira, 13, revelou aos jornalistas o teor da conversa.

“Saí de uma audiência com o Presidente da República. Informou-me que vai dissolver o Parlamento. Recebeu uma queixa do poder judicial e também, segundo o que compreendi, parece que há uma crise entre os partidos políticos”, afirmou Cassamá.

“Fui consultado, dei a minha opinião. São os poderes que assistem ao Presidente da República nos termos constitucionais. O Parlamento está a fazer o seu trabalho, se o Parlamento vier a ser dissolvido, a comissão permanente assume as suas responsabilidades até à realização de eleições”, disse ainda Casamá.

O anúncio acontece um dia depois da exoneração do ministro da Economia, Vítor Mandinga. A decisão serviu para “garantir o regular funcionamento do ministério e por conveniência política”, justificou o Presidente.

Encontro com partidos esta sexta-feira

Os encontros com os partidos políticos e presidente do Parlamento acontecem depois críticas públicas à forma como está a ser gerido o envio de uma missão de estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a Guiné-Bissau sem informação precisa e sem o Parlamento ser consultado.

Os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO decidiram enviar uma força de estabilização para o país, cujos primeiros elementos já estão no terreno, na sequência do ataque ao Palácio do Governo, a 1 de fevereiro, quando se encontrava a decorrer uma reunião do conselho de ministros com a presença do Presidente guineense e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.

Na quarta-feira, 11, a Assembleia Nacional Popular aprovou a agenda de trabalhos, que inclui a discussão e votação da proposta de revisão da Constituição, proposta pelos deputados, com que Umaro Sissoco Embaló nunca concordou. O debate sobre outro projeto de revisão da lei magna guineense, proposto pelo Presidente, caiu por terra.

*Texto DW/Lusa

Nok Nogueira

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