Guiné-Bissau. Julgamento de suspeitos de golpe começa em Dezembro
O julgamento de 25 pessoas, entre civis e militares, acusadas de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 1 de Fevereiro na Guiné-Bissau começa a 6 de Dezembro, disse esta terça-feira, 22, à Lusa fonte judicial.
Segundo a mesma fonte, ligada ao processo, o julgamento será realizado pelo Tribunal Regional de Bissau (TRB) e envolve, na sua maioria, pessoas detidas nas celas da Segunda Esquadra de Bissau.
Dez pessoas detidos na Base Aérea, no âmbito do mesmo processo, não vão, “para já”, a julgamento, indicou a mesma fonte, que disse desconhecer os motivos.
Entre as vinte e cinco pessoas que vão a julgamento no dia 6 de Dezembro encontram-se o ex-chefe do Estado-Maior da Armada guineense, o vice-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, Tchami Yala, Domingos Yogna e Papis Djemé. Estes três últimos serão julgados à revelia por se encontrarem em fuga, precisou a fonte.
Os 25 detidos são acusados de tentativa de golpe de Estado e do assassínio de 11 pessoas, na sua maioria elementos da equipa de segurança do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.
No passado 1 de Fevereiro um grupo de homens armados atacou o Palácio do Governo enquanto decorria uma reunião do Conselho de Ministros, em que participava o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, bem como vários membros do governo da Guiné-Bissau.
As autoridades guineenses qualificaram o ataque como uma tentativa de golpe de Estado, acusação defendida também pelo Ministério Público.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos tem acusado o Estado guineense de “sequestrar” 17 pessoas que continuaram detidas, mesmo depois de vários despachos do juiz de instrução criminal e do Ministério Público a ordenar a libertação das pessoas ou a impor medidas de coacção menos gravosas.