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FPU diz que o “regime” capturou todos os órgãos públicos de comunicação social

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Os líderes da plataforma política Frente Patriótica Unida (FPU), composto pela UNITA, o projecto político PRA-JA-Servir Angola e Bloco Democrático (BD), criticaram, de “forma contundente”, a actuação dos órgãos de comunicação social públicos, os quais acusam de “apenas e só promoverem a imagem do regime contra a nação”, censurando “impiedosamente todos os outros concorrentes políticos, a sociedade civil e algumas igrejas”.

As acusações fazem parte da declaração tornada pública esta quarta-feira, 30, durante a conferência de imprensa, que serviu para apresentar o resultado da análise minuciosa feita à situação política do país, com incidência para a organização das eleições de Agosto próximo.

“Angola é, à luz da sua Constituição, um Estado de direito democrático. Assim, exige-se dos órgãos de comunicação social equidistância, equilíbrio em relação aos partidos competidores e a observância do direito ao contraditório. A postura prevalecente dos órgãos públicos de comunicação social demonstra que o país não tem ainda tais instituições. Todas elas foram capturadas e colocadas ao serviço exclusivo do regime”, acusam.

O documento, produzido no quadro da quarta conferência de líderes da FPU, co-coordenada por Adalberto Costa Júnior, pela UNITA, Abel Chivukuvuku, pelo projecto PRA-JA Servir Angola, e por Filomeno Vieira Lopes, pelo Bloco Democrático (BD), denuncia “graves violações à Constituição” da República, numa altura em Angola está a cinco meses das quintas eleições da sua história.

Os líderes políticos repudiam, por um lado, aquilo a que consideram constituir um grande retrocesso na construção do Estado democrático de direito, incidindo as suas críticas sobre a actuação dos meios públicos de comunicação e outros que, na interpretação desses políticos, acabaram “nacionalizados” pelo governo, após terem sido retirados da esfera privada.

“Os órgãos de comunicação social, que deveriam estar ao serviço de todo o povo, tornaram-se no principal veículo da instabilidade e contra a reconciliação nacional, por via da ‘diabolização’ dos adversários [do regime]. Esta prática, iniciada antes da proclamação da independência nacional, em 1975, tem sido continuada até hoje e enfatizada nos períodos eleitorais”, argumentam as formações políticas que compõem a FPU.

Como consequência da alegada prática de exclusão dos órgãos públicos de comunicação social públicos e “nacionalizados”, a FPU afirma ter solicitado, a 3 de Março do corrente, um encontro com o Presidente João Lourenço, “conscientes desta e doutras situações que põem em causa a estabilidade, a construção do Estado democrático de direito e o processo de reconciliação nacional, conseguidos com o sacrifício de vidas de milhares de cidadãos”.

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