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FMI alerta para o iminente aumento do risco de insegurança alimentar na África Subsariana

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Até ao final do ano em curso, cerca de 123 milhões de pessoas, isto é, 12% da população de África, vão enfrentar uma situação de insegurança alimentar aguda (dois terços do total mundial), sendo que  um terço destas populações passou a estar em situação de insegurança alimentar aguda desde o início da pandemia, de acordo com projecções avançadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Uma grande percentagem das cerca de 123 milhões de pessoas em risco alimentar são crianças em circunstâncias em que a fome crónica pode limitar permanentemente a sua saúde e perspectivas futuras.

“O rápido aumento da insegurança alimentar nos últimos dois anos deve-se principalmente: às consequências da pandemia e à recente guerra na Ucrânia; a um agravamento da situação em matéria de segurança em algumas partes da região; a uma seca de quatro estações no Corno de África; e a outros choques climáticos (registados, por exemplo, em Angola e Madagáscar)”, aponta o relatório do FMI.

A Etiópia, a Nigéria, a República Democrática do Congo (RDC), o Sudão do Sul, algumas partes do Quénia e os países do Sahel são consideradas áreas que suscitam maior preocupação em termos de insegurança alimentar, tendo a Organização das Nações Unidas (ONU), através do seu Programa Alimentar Mundial, classificado “a seca no Corno de África como a pior emergência alimentar do mundo em 2022”.

“Para além de factores locais, como fenómenos climáticos ou conflitos locais, a segurança alimentar é fortemente influenciada pelos preços dos produtos alimentares a nível mundial”, aponta o FMI, destacando sobretudo o aumento dos preços do arroz, milho e trigo, devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia — dois dos maiores produtores mundiais de cereais —, situação que vem agravando cada vez mais a fome na região Austral de África.

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